O fascínio do candidato
Os publicitários que trabalham para as campanhas políticas perdem noites intermináveis de sono tentando descobrir o que mais fascina um eleitor na hora do voto. Nisso se gastam milhões em todo o mundo e talvez essa seja uma das ciências mais estudadas hoje em dia. Mas talvez poucos se dêem ao trabalho de olhar para a pessoa do candidato para descobrir o que nele é realmente fascinante. Com isso acabam usando as formulazinhas de desodorante para vendê-lo e o resultado é a decepção do "consumidor". Principalmente se o candidato ganha as eleições.
Um exemplo curioso foi o da eleição de Jânio à presidência da República. Seu opositor, o Marechal Lott, era um homem sério, calmo, honesto, roupa bem passada, educado e de modos finos, preparado e um herói recente da "novembrada", além de apoiado pelo presidente que saía, JK.
Jânio era descabelado, sujo, turrão, mal enjambrado, encrenqueiro e muito jovem. Talvez o que explique a sua estrondosa vitória tenha sido exatamente o seu fascínio, seu magnetismo.
Enquanto ele, em seus comícios, gritava e prometia dar vassouradas no que ele entendia como corrupção, desmandos e gastança do governo JK, Lott chegava polido nos palanques e pedia que o cidadão meditasse com responsabilidade, no momento grave do voto, quando estivesse "no lusco-fusco da cabine indevassável".
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