Torturando números.
O ex-ministro Delfim Netto, candidato a deputado federal por São Paulo, derrotado no último domingo, tinha uma frase lapidar sobre os números: “um número, bem torturado, confessa qualquer coisa.”
Usando essa máxima de quem realmente entende não de torturas, suponho, mas de números, antevemos um domingo de regatas para a candidatura Lula, nos próximos 27 dias.
Vamos à tortura:
-Lula teve 46.662.365 votos, ou 48,61% dos votos válidos.
-Alckmin teve 39.968.369, ou 41,64% dos votos válidos.
Vamos supor que os votos de ambos os candidatos sejam votos fiéis, que seus eleitores não mudarão de opinião, no segundo turno. Isto é válido principalmente para Lula, que ainda é capaz de mobilizar o sentimento petista que restou depois de todas as mazelas do Partido, além de ser conhecido em todo o Brasil, por ser Presidente e pela sua proverbial liderança. Quem votou em Lula, sabe em quem votou.
O mesmo não se pode dizer de Alckmin, desconhecido fora de São Paulo. Parte de seus votos, fora de São Paulo e alguns em São Paulo, foram influenciados por outros fatores, que não suas próprias qualidades, como as denúncias do dossiê Vedoin, a massacrante campanha anti-Lula na imprensa e na web, usando os episódios mensalão, sanguessuga, etc, e os frutos do bom desempenho de alguns de seus parceiros, como Aécio Neves, em Minas Gerais.
Mas mesmo assim, vamos considerar como zero o número de Alckmistas arrependidos ou de ocasião. Vamos supor que ele não perca um voto sequer, no segundo turno.
Pressuposto: Alckmin não tira voto de Lula, nem Lula de Alckmin.
Vamos supor, agora, que os 6.575.393 votos de Heloisa Helena sejam votos:
1- Ideológicos
2- Votos que naturalmente seriam de Alckmin, mas foram transferidos para Heloisa Helena na intenção de provocar um segundo turno. Ouvimos de muitas pessoas esse argumento. Mas como este é um voto estratégico, de risco, que poderia sair pela culatra, eles não devem ser muitos. Digamos, 10% do eleitorado de HH.
Estes possíveis 10% retornarão, portanto, para Alckmin. Eles somariam, então, 657 mil votos à contabilidade de Alckmin, que passaria a ter 40.625.369 votos.
Como Cristovam Buarque fez uma ferrenha campanha anti-Lula, supomos que isto venha beneficiar Alckmin e, com algum exagero, 80% desses votos sejam transferidos para ele. Isso lhe somaria mais 2.031.075 votos.
Assim, Alckmin já passaria a ter, então, 42.656.444 votos.
Considerando que no segundo turno haverá o mesmo número de votos válidos do primeiro turno, o candidato vencedor precisaria obter 47.998.366 + 1 voto.
Faltariam a Alckmin, esgotadas as suas alternativas imagináveis,
5.341.922 votos.
Mantendo para Lula a mesma suposição, que não perderá nenhum voto, ele terá de saída 46.662.365 votos. Para se eleger no segundo turno ele precisará, portanto, de 1.336.001 votos novos.
Esse votos terão que sair dos 5.917.853 que sobraram de Heloisa Helena e dos 507.318 votos que sobraram de Buarque.
Como os votos ideológicos de Heloisa Helena têm muito mais a cara de Lula que de Alckmin, pela trajetória de ambos, é muito provável que, pelo menos, 20% deles, sejam transferidos para Lula e os restantes 80% venham cair na vala dos votos brancos. Nesse caso, nada mais para Alckmin. Isso faria diminuir o número de votos válidos. Caso isso venha ocorrer não haverá prejuízo para nenhum lado, fazendo baixar apenas o número absoluto de votos necessários, mas a proporcionalidade se manterá.
Nesta hipótese, portanto, seriam somados para Lula mais 1.183.570 votos (20% de HH), que ficaria com 47.845.935.
Se Lula conseguir obter 20% dos 20% de votos que sobraram de Buarque, ou seja, 101.463 votos, sua soma iria para 47.947.398.
Conclui-se, nesta simulação, que Lula precisaria obter ainda mais 50.968 votos, para ser eleito.
Já Alckmin precisaria, no mesmo cenário, obter mais 5.341.922 votos para se tornar o futuro Presidente.
Caberá a cada um deles torturar agora os fatos políticos, ao longo desses 27...26...25...24...dias para que eles atinjam esses números.
Usando essa máxima de quem realmente entende não de torturas, suponho, mas de números, antevemos um domingo de regatas para a candidatura Lula, nos próximos 27 dias.
Vamos à tortura:
-Lula teve 46.662.365 votos, ou 48,61% dos votos válidos.
-Alckmin teve 39.968.369, ou 41,64% dos votos válidos.
Vamos supor que os votos de ambos os candidatos sejam votos fiéis, que seus eleitores não mudarão de opinião, no segundo turno. Isto é válido principalmente para Lula, que ainda é capaz de mobilizar o sentimento petista que restou depois de todas as mazelas do Partido, além de ser conhecido em todo o Brasil, por ser Presidente e pela sua proverbial liderança. Quem votou em Lula, sabe em quem votou.
O mesmo não se pode dizer de Alckmin, desconhecido fora de São Paulo. Parte de seus votos, fora de São Paulo e alguns em São Paulo, foram influenciados por outros fatores, que não suas próprias qualidades, como as denúncias do dossiê Vedoin, a massacrante campanha anti-Lula na imprensa e na web, usando os episódios mensalão, sanguessuga, etc, e os frutos do bom desempenho de alguns de seus parceiros, como Aécio Neves, em Minas Gerais.
Mas mesmo assim, vamos considerar como zero o número de Alckmistas arrependidos ou de ocasião. Vamos supor que ele não perca um voto sequer, no segundo turno.
Pressuposto: Alckmin não tira voto de Lula, nem Lula de Alckmin.
Vamos supor, agora, que os 6.575.393 votos de Heloisa Helena sejam votos:
1- Ideológicos
2- Votos que naturalmente seriam de Alckmin, mas foram transferidos para Heloisa Helena na intenção de provocar um segundo turno. Ouvimos de muitas pessoas esse argumento. Mas como este é um voto estratégico, de risco, que poderia sair pela culatra, eles não devem ser muitos. Digamos, 10% do eleitorado de HH.
Estes possíveis 10% retornarão, portanto, para Alckmin. Eles somariam, então, 657 mil votos à contabilidade de Alckmin, que passaria a ter 40.625.369 votos.
Como Cristovam Buarque fez uma ferrenha campanha anti-Lula, supomos que isto venha beneficiar Alckmin e, com algum exagero, 80% desses votos sejam transferidos para ele. Isso lhe somaria mais 2.031.075 votos.
Assim, Alckmin já passaria a ter, então, 42.656.444 votos.
Considerando que no segundo turno haverá o mesmo número de votos válidos do primeiro turno, o candidato vencedor precisaria obter 47.998.366 + 1 voto.
Faltariam a Alckmin, esgotadas as suas alternativas imagináveis,
5.341.922 votos.
Mantendo para Lula a mesma suposição, que não perderá nenhum voto, ele terá de saída 46.662.365 votos. Para se eleger no segundo turno ele precisará, portanto, de 1.336.001 votos novos.
Esse votos terão que sair dos 5.917.853 que sobraram de Heloisa Helena e dos 507.318 votos que sobraram de Buarque.
Como os votos ideológicos de Heloisa Helena têm muito mais a cara de Lula que de Alckmin, pela trajetória de ambos, é muito provável que, pelo menos, 20% deles, sejam transferidos para Lula e os restantes 80% venham cair na vala dos votos brancos. Nesse caso, nada mais para Alckmin. Isso faria diminuir o número de votos válidos. Caso isso venha ocorrer não haverá prejuízo para nenhum lado, fazendo baixar apenas o número absoluto de votos necessários, mas a proporcionalidade se manterá.
Nesta hipótese, portanto, seriam somados para Lula mais 1.183.570 votos (20% de HH), que ficaria com 47.845.935.
Se Lula conseguir obter 20% dos 20% de votos que sobraram de Buarque, ou seja, 101.463 votos, sua soma iria para 47.947.398.
Conclui-se, nesta simulação, que Lula precisaria obter ainda mais 50.968 votos, para ser eleito.
Já Alckmin precisaria, no mesmo cenário, obter mais 5.341.922 votos para se tornar o futuro Presidente.
Caberá a cada um deles torturar agora os fatos políticos, ao longo desses 27...26...25...24...dias para que eles atinjam esses números.
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