Morre ACM
Morreu hoje, aos 79 anos, o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), que ocupou o centro do poder durante 50 anos, em alianças com governos de ideologias diferentes. Ele estava internado desde 13 de junho no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo, para tratamento cardíaco e renal. Nascido em Salvador, em 4 de setembro de 1927, ACM começou a carreira política como deputado estadual em 1954 pela UDN. Mais tarde, já deputado federal, tornou-se um dos articuladores do Golpe de 64. Foi prefeito de Salvador em 1967 e governador da Bahia em 1971, 1979 e 1991. Em 1994, ajudou a eleger Fernando Henrique Cardoso presidente. ACM renunciou ao mandato de senador em 2001 para escapar da cassação por causa do escândalo de fraude no painel de votação da Casa, mas voltou eleito em 2003.(G1)
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O senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) sofreu uma parada cardíaca na quinta-feira e, nesta sexta-feira, morreu, de acordo com anúncio de médicos do Incor, em São Paulo, onde ACM, 79, estava internado.Antonio Carlos Peixoto de Magalhães foi um dos mais influentes nomes do cenário político brasileiro nas últimas quatro décadas, e manteve-se como força atuante em governos dos mais variados matizes ideológicos, desde o regime militar instituído em 1964 até a atual administração do petista Luiz Inácio Lula da Silva.Nascido em 4 de setembro de 1927 e médico por formação, ACM pode ter seu ingresso na vida política atribuído à atuação como líder estudantil, primeiro no ginásio e depois na Universidade Federal da Bahia, onde foi presidente do Diretório Central de Estudantes.Filiado à UDN (União Democrática Nacional), foi eleito deputado estadual em 1954 e por três vezes deputado federal, em 1958, 1962 e 1966. Em 1967, já ligado à Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de base do governo militar, assumiu a prefeitura de Salvador. Em seguida, ACM exerceu o cargo de governador da Bahia em três oportunidades. Os dois primeiros mandatos, por indicação do regime militar, foram de 1971 a 1975 e de 1979 a 1983. O terceiro viria pela escolha popular, em eleições diretas, de 1991 a 1994.Esteve ainda à frente da Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras S.A), em 1975, nomeado pelo então presidente da República Ernesto Geisel, e do Ministério das Telecomunicações, durante o governo de José Sarney. Em 1994, foi eleito para a primeira legislatura como senador pelo Estado da Bahia. Presidiu a Casa entre 1997 e 2001. Em 30 de junho de 2001, durante as investigações sobre sua conduta no episódio da quebra do sigilo do painel eletrônico do Senado, viu-se obrigado a renunciar ao mandato, em uma estratégia para manter os direitos políticos e retornar ao circuito nas eleições do ano seguinte. O principal revés de ACM, no entanto, ocorreu em 21 de abril de 1998, com a morte de seu filho, o deputado federal Luís Eduardo de Magalhães, vítima de um infarto aos 43 anos.ACM manteve-se ativo e teve seu campo de influência renovado com as eleições de 2002, quando foi eleito novamente ao Senado. Ele ainda contribuiu para a chegada do aliado Paulo Souto ao governo da Bahia, e de Antonio Carlos Magalhães Neto à Câmara Federal. Em 2003, ACM esteve envolvido em novo escândalo. Dessa vez, foi acusado de utilizar a estrutura da Secretaria de Segurança Pública da Bahia para realizar escutas telefônicas ilegais contra seus desafetos políticos. Após a abertura de inquérito pela Polícia Federal e da denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República, o caso acabou arquivado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).Nas eleições de 2006, foi duplamente derrotado. Nacionalmente, seu candidato Geraldo Alckmin não conseguiu impedir a reeleição de Lula; regionalmente, ACM viu o aliado Paulo Souto perder um novo período à frente do governo estadual baiano, ainda no primeiro turno, para o petista Jaques Wagner.Com sua morte, aos 79 anos, ACM será substituído pelo filho, Antonio Carlos Magalhães Júnior, que assume a vaga como suplente durante o restante do mandato no Senado, até 2011.(UOL)
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SÃO PAULO - O senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) morreu nesta sexta-feira, 20. ACM, como era conhecido, deu entrada no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor) no dia 14 de junho, para fazer exames de rotina. O senador sofria de problemas renais, diabetes e era cardíaco.
Desde março deste ano, ACM passou por várias idas e vindas do hospital. Uma das mais recentes aconteceu no final deste mês após o senador passar mal, perder o controle das pernas e cair no plenário do Senado.
Em 18 de abril, o senador foi mais uma vez ao Incor para realização de exames, apresentando insuficiência cardíaca congestiva descompensada, em decorrência de um infarto de extensa proporção, ocorrido em 1989. Foi a segunda internação em pouco mais de um mês, quando em março passou oito dias no Incor, quatro deles na UTI, para tratamento de pneumonia e disfunção renal.
Durante a internação, recebeu visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim que saiu do hospital, ACM foi ao Palácio do Planalto visitar Lula. A conversa foi repleta de trocas de elogios entre os dois.
"Toninho Ternura" para os amigos. "Toninho Malvadeza" para os inimigos. Antonio Carlos Magalhães sempre foi uma figura política controversa. A "malvadeza" se deve ao estilo implacável com os desafetos e à imagem que construiu baseada no tradicional coronelismo da política nordestina. E a "ternura" reflete o tratamento que concedia aos que o apoiavam.
Mas o chamado carlismo perdeu sua força nos últimos anos. Nas eleições de 2006, por exemplo, o petista Jaques Wagner ganhou de virada o governo da Bahia, deixando o PFL estarrecido após quatro mandatos de mando do grupo carlista no Estado. ACM apostava no cenário inverso.
Também no Senado, ele não conseguiu a vitória de seu candidato. A crise, no entanto, começou há pouco mais de dois anos com a derrota na disputa pela prefeitura de Salvador.
A morte do filho, em 1998, foi um duro golpe para ACM. Luís Eduardo Magalhães era o projeto do PFL para chegar à Presidência em 2002. À época, a dor estampada no rosto do pai não tinha tamanho, muitos duvidaram que ACM poderia se recuperar do baque, alguns apostaram até que renunciaria ao mandato de senador.
Ledo engano, ACM voltou como um trator para o Senado e retomou para si as rédeas da política regional. Como herdeiro na política, Antônio Carlos Magalhães deixa o deputado ACM Neto, uma das figuras mais contundentes na Câmara e herdeiro do PFL, agora rebatizado de Democratas, que quer deixar para trás o legado da ditadura militar.
Trajetória
Nascido em 4 de setembro de 1927, ACM completaria 80 anos e, como em outros aniversários, a data seria quase feriado na Bahia. Sua trajetória política teve início em 1954, aos 27 anos, quando foi eleito deputado estadual pela UDN. Participou da ditadura militar brasileira, tendo sido um dos articuladores do golpe militar de 1964. Em 1966, foi reeleito deputado federal, agora pela ARENA. Era médico de formação, mas nunca exerceu a medicina.
Pelos militares, foi nomeado prefeito de Salvador e duas vezes governador, em 1970 e 1978. Foi nomeado presidente da Eletrobrás, no segundo ano do governo do presidente Ernesto Geisel. Foi ministro das Comunicações, nomeado por Tancredo Neves. Após sua morte, José Sarney o manteve no cargo. Apoiou Fernando Collor de Mello do primeiro ao último dia no Planalto.
O culto à figura de ACM na Bahia chega bem perto a de um santo. Eleitores fanáticos chegam a tratá-lo como uma entidade religiosa, cultuando sua imagem. "É quase como um orixá", ironizou uma vez a ex-prefeita de Salvador Lídice da Mata (PSDB), desafeto de ACM. Na Bahia, há homenagens por toda a parte: nomes de escolas, pontes, ruas e até imagens do político.
O grupo de ACM sempre exerceu sua força e conquistou poder na Bahia, embora essa hegemonia esteja em crise. ACM controla uma rede de emissoras que retransmitem a programação da Rede Globo. À época da concessão, ACM era ministro das Comunicações e a retransmissão, segundo seus opositores, teria sido um prêmio das Organizações Roberto Marinho como retribuição às facilidades que teriam sido abertas para a compra da Nec.
Renúncia
ACM teve também seu nome envolvido em várias denúncias de ilegalidades, como a fraude no painel de votação do Senado e os grampos telefônicos ilegais na Bahia, que o fez renunciar ao mandato de senador. Foi protagonista, em meados de abril de 2000, de uma série de trocas de ofensas com o então presidente do Senado, Jader Barbalho, fazendo sérias acusações contra ele. A troca de acusações também levou Jader a renunciar.(Portal Estadão)
Desde março deste ano, ACM passou por várias idas e vindas do hospital. Uma das mais recentes aconteceu no final deste mês após o senador passar mal, perder o controle das pernas e cair no plenário do Senado.
Em 18 de abril, o senador foi mais uma vez ao Incor para realização de exames, apresentando insuficiência cardíaca congestiva descompensada, em decorrência de um infarto de extensa proporção, ocorrido em 1989. Foi a segunda internação em pouco mais de um mês, quando em março passou oito dias no Incor, quatro deles na UTI, para tratamento de pneumonia e disfunção renal.
Durante a internação, recebeu visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim que saiu do hospital, ACM foi ao Palácio do Planalto visitar Lula. A conversa foi repleta de trocas de elogios entre os dois.
"Toninho Ternura" para os amigos. "Toninho Malvadeza" para os inimigos. Antonio Carlos Magalhães sempre foi uma figura política controversa. A "malvadeza" se deve ao estilo implacável com os desafetos e à imagem que construiu baseada no tradicional coronelismo da política nordestina. E a "ternura" reflete o tratamento que concedia aos que o apoiavam.
Mas o chamado carlismo perdeu sua força nos últimos anos. Nas eleições de 2006, por exemplo, o petista Jaques Wagner ganhou de virada o governo da Bahia, deixando o PFL estarrecido após quatro mandatos de mando do grupo carlista no Estado. ACM apostava no cenário inverso.
Também no Senado, ele não conseguiu a vitória de seu candidato. A crise, no entanto, começou há pouco mais de dois anos com a derrota na disputa pela prefeitura de Salvador.
A morte do filho, em 1998, foi um duro golpe para ACM. Luís Eduardo Magalhães era o projeto do PFL para chegar à Presidência em 2002. À época, a dor estampada no rosto do pai não tinha tamanho, muitos duvidaram que ACM poderia se recuperar do baque, alguns apostaram até que renunciaria ao mandato de senador.
Ledo engano, ACM voltou como um trator para o Senado e retomou para si as rédeas da política regional. Como herdeiro na política, Antônio Carlos Magalhães deixa o deputado ACM Neto, uma das figuras mais contundentes na Câmara e herdeiro do PFL, agora rebatizado de Democratas, que quer deixar para trás o legado da ditadura militar.
Trajetória
Nascido em 4 de setembro de 1927, ACM completaria 80 anos e, como em outros aniversários, a data seria quase feriado na Bahia. Sua trajetória política teve início em 1954, aos 27 anos, quando foi eleito deputado estadual pela UDN. Participou da ditadura militar brasileira, tendo sido um dos articuladores do golpe militar de 1964. Em 1966, foi reeleito deputado federal, agora pela ARENA. Era médico de formação, mas nunca exerceu a medicina.
Pelos militares, foi nomeado prefeito de Salvador e duas vezes governador, em 1970 e 1978. Foi nomeado presidente da Eletrobrás, no segundo ano do governo do presidente Ernesto Geisel. Foi ministro das Comunicações, nomeado por Tancredo Neves. Após sua morte, José Sarney o manteve no cargo. Apoiou Fernando Collor de Mello do primeiro ao último dia no Planalto.
O culto à figura de ACM na Bahia chega bem perto a de um santo. Eleitores fanáticos chegam a tratá-lo como uma entidade religiosa, cultuando sua imagem. "É quase como um orixá", ironizou uma vez a ex-prefeita de Salvador Lídice da Mata (PSDB), desafeto de ACM. Na Bahia, há homenagens por toda a parte: nomes de escolas, pontes, ruas e até imagens do político.
O grupo de ACM sempre exerceu sua força e conquistou poder na Bahia, embora essa hegemonia esteja em crise. ACM controla uma rede de emissoras que retransmitem a programação da Rede Globo. À época da concessão, ACM era ministro das Comunicações e a retransmissão, segundo seus opositores, teria sido um prêmio das Organizações Roberto Marinho como retribuição às facilidades que teriam sido abertas para a compra da Nec.
Renúncia
ACM teve também seu nome envolvido em várias denúncias de ilegalidades, como a fraude no painel de votação do Senado e os grampos telefônicos ilegais na Bahia, que o fez renunciar ao mandato de senador. Foi protagonista, em meados de abril de 2000, de uma série de trocas de ofensas com o então presidente do Senado, Jader Barbalho, fazendo sérias acusações contra ele. A troca de acusações também levou Jader a renunciar.(Portal Estadão)
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