Ex-agente uruguaio diz que Geisel autorizou delegado Fleury matar Jango.“Faça e não me diga mais nada sobre Goulart” – teria dito Geisel a Fleury.
Por coincidência ganhei de Natal da Vivi e da Tia Liliza o livro de Carlos Heitor Cony "O Beijo da Morte", que narra a saga e a miséria de um repórter obcecado pela idéia de que Jango, JK e Lacerda não morreram de causas naturais, como "concluiram" os exames, relatos, testemunhas e outros rolos da época, mas assassinados pela ditadura militar. Me coloquei na pele do personagem de Cony pois quando morreu JK andei falando que aquilo era crime. Moleque de 20 e poucos anos, riram de mim e só faltaram me dar bola de cachorro, mais ou menos o que fizeram, conclui-se agora, com Jango: trocaram seus remédios cardiológicos por veneno.
A Folha de São Paulo de domingo, 28/01, traz um relato pavoroso e amendrontador da face bondosa de pastor alemão do milico que dava guarda no Palácio do Planalto naquela época: General Ernesto Geisel.
Como se não bastasse autorizar um bárbaro assassinato e para não sujar aquelas alvas mãos de sangue, essa criatura que emerdalhou a farda do exército brasileiro associou-se a uma outra figura não menos abjeta que atendia pelo assovio de Sérgio Fernando Paranhos Fleury , o delegado Fleury(foto). Este sim, um psicopata que fazia o serviço sujo por puro prazer.
A reportagem de Simone Iglesias, da Agência Folha, em Porto Alegre, publicada ontem (aqui, para assinantes) revela declaração de um ex-agente do serviço de inteligência do uruguai, na época da ditadura militar, que afirma que Jango não morreu de ataque cardíaco, como se acreditava, mas assassinado por envenenamento.
O ex-agente Mario Neira Barreiro disse que a ordem para o assassinato foi dada pelo delegado do Dops de São Paulo Sérgio Paranhos Fleury e que este obtivera a autorização para o crime diretamente do presidente Ernesto Geisel.
O ex-agente Mario Neira Barreiro disse que a ordem para o assassinato foi dada pelo delegado do Dops de São Paulo Sérgio Paranhos Fleury e que este obtivera a autorização para o crime diretamente do presidente Ernesto Geisel.
Leia trechos:
FOLHA - Como Jango foi morto?
BARREIRO - Foi morto como resultado de uma troca proposital de medicamentos. Ele tomava Isordil, Adelfan e Nifodin, que eram para o coração. Havia um médico-legista que se chamava Carlos Milles. Ele era médico e capitão do serviço secreto. O primeiro ingrediente químico veio da CIA e foi testado com cachorros e doentes terminais. O doutor deu os remédios e eles morreram. Ele desidratava os compostos, tinha cloreto de potássio. Não posso dizer a fórmula química, porque não sei. Ele colocava dentro de um comprimido.
FOLHA - Como as cápsulas eram colocadas nos remédios de Jango?
BARREIRO - Ele era desorganizado. Abria um frasco, tomava alguns, na fazenda abria outro. Tinha sete, oito frascos abertos. E colocávamos [referência ao grupo que monitorava Jango] um remédio em cada frasco. Colocamos os comprimidos em vários lugares: no escritório na fazenda, no porta-luvas do carro e no Hotel Liberty.
Ainda segundo o ex-agente toda a operação teria sido acompanhada e financiada pela CIA.
BARREIRO - A CIA pagou fortunas para saber o que Jango falava e foi responsável por muita coisa, mas não quero falar sobre isso porque tenho medo.
A confissão do ex-agente uruguaio, além de confirmar suspeitas que sempre correram sobre as mortes de ex-presidentes durante a ditadura (há ainda o caso JK), mostra mais uma vez o papel desempenhado pelos Estados Unidos, através da CIA e seus agentes, em golpes, assassinatos e campanhas golpistas contra governos que não partilham dos interesses e ideais do governo americano.
Ainda segundo o ex-agente toda a operação teria sido acompanhada e financiada pela CIA.
BARREIRO - A CIA pagou fortunas para saber o que Jango falava e foi responsável por muita coisa, mas não quero falar sobre isso porque tenho medo.
A confissão do ex-agente uruguaio, além de confirmar suspeitas que sempre correram sobre as mortes de ex-presidentes durante a ditadura (há ainda o caso JK), mostra mais uma vez o papel desempenhado pelos Estados Unidos, através da CIA e seus agentes, em golpes, assassinatos e campanhas golpistas contra governos que não partilham dos interesses e ideais do governo americano.
Como no caso de Jango, parece já não haver mais dúvidas de que Lacerda e JK também foram assassinados, dadas as inconsistentes desculpas esfarrapadas dadas à epoca. Quando morreram, os três organizavam a Frente Ampla, movimento civil para restabelecimento da democracia e colocar fim à ditadura militar.
No caso de JK, não me sinto vingado mas mais confiante no meu faro para detectar gente ruim.
Por falar nisso, outra morte muito suspeita foi a do general Humberto Castello Branco, vocês não acham?
Por falar nisso, outra morte muito suspeita foi a do general Humberto Castello Branco, vocês não acham?
1 Comentários:
Estava buscando sobre o assunto e encontrei essa texto. Muitíssimo interessante.
Eu mesmo estou escrevendo um texto de que a Google, a Microsoft estão domininando o mercado, assim, qualquer pessoas será rastreada a custos irrisórios e de maneira limpíssima, para proceder com execuções silenciosas.
Riram de mim também! Até que daqui alguns anos, isso aconteça e fiquem todos espantados!
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial