Corpo sem paz.

A vida, as glórias e a tragédia pessoal de Eva Perón já foram temas de inúmeros livros, teses, filmes, peças teatrias. Uma existência atribulada, marcada por experiências extremas, profundas e dilacerantes, tanto na dor quanto na alegria, por gestos rasteiros e maganânimos. O curioso é que parece que esta mulher trazia, como se estivesse escrito nas estrelas, a sina, o estigma de estar sempre no fio da navalha, à beira do abismo, no caminho do raio, no rastro da pólvora. Tudo em sua vida parecia transcender, ir além do além. A morte, que a todos traz o descanso eterno não cumpriu este desígnio com Evita. Sua vida não se encerrou com ela. Seu corpo continuou perturbando, nomeando, exonerando, apaixonando, construido e destruindo reputações, ateando paixões e suicídios, levantando as bandeiras do centro, da esquerda e da direita.
Viva, desafiava ministros, reis, ditadores, rainhas, oligarcas, militares. Muitos, infinitamente, a amavam. Todos a temiam.
Morta, sacudiu um país que caiu em pranto. Seus detratores finalmente respiraram e picharam nos muros a frase "viva el cáncer". Os descamisados prometeram fidelidade eterna. E luta.
Conheça um pouco da vida e da estranha e interessante história da peregrinação do cadáver de Eva Perón, líder política argentina. Seu corpo, embalsamado pelo médico patologista espanhol Pedro Ara, foi roubado, amado, vilipendiado, agredido, exorcizado, destruido, atacado, enterrado e desenterrado na Itália, para depois ser definitvamente sepultado no cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, debaixo de algumas toneladas de concreto. Conheça esta curiosa, eletrizante e misteriosa história nos textos abaixo, de Reinaldo Morais.
Eva Perón - Resumo biográfico
Juancito Duarte - El Jabón Lux*
Comentários ao livro do Dr. Pedro Ara - "Apuntes para la historia"
(*preferido por 9 entre 10 estrelas do cinema )