A verdade na forma.
Hitler, antes de se tornar aquele Hitler que nós conhecemos, ficou órfão muito jovem e por isso, já na adolescência, vagabundava pelas ruas, desocupado. Não tinha emprego, fora reprovado nos testes para entrar numa Academia de Belas –Artes de Viena, se alimentava com as sopas da caridade que o governo distribuía aos indigentes e pagava, com o que lhe restou de uma herança paterna, uma cama num quarto que dividia com um colega, Gustl Kubizec, numa pensão vagabunda. Os dois ficaram muito amigos. Moço sem muitas qualidades o jovem Adolf tinha duas virtudes: a de desenhar muito bem paisagens urbanas, embora incapaz de desenhar figuras humanas que tivessem um mínimo de proporções ou de vitalidade; este traço surpreendeu negativamente seus examinadores na tal escola de belas artes, pois ao mesmo tempo que tinha um apurado senso de proporção e talento para desenhar prédios públicos, praças, monumentos, copiar fotografias, etc, era absolutamente incapaz de desenhar uma pessoa, um animal, qualquer ser vivo. Na escola básica, que logo abandonou, era considerado desde cedo pelos professores como arrogante, preguiçoso e autoritário. Ele também achava aquilo tudo muito chato.
Sua segunda virtude, segundo relatava Kubizec, era a sua impressionante, vibrante e incendiária oratória. O colega dizia que Hitler passava horas e horas na frente do espelho fazendo discursos magníficos, arrepiantes, treinando gestos, apontando com o dedo para pontos geográficos ora da Alemanha, ora da Áustria, que citava nas suas falas, parecia pegar as palavras com as mãos como se fossem um objeto mesmo e mostrava-o para uma multidão imaginária. “Era magnífico, apaixonante, perfeito, apenas com um pequeno detalhe, não tinham conteúdo algum, apenas forma, entonação, ênfases impecáveis, paradas perfeitas, tempos de respiração exatos...mas era oco.”Me encantava como dizia, não o quê dizia”, afirmara Gustl. Adolf não falava de nada, absolutamente nada. O que provocava o encantamento, a paralisia e a emoção não era o assunto do qual tratava, sempre coisas banais, mas a maneira como falava. Ele buscava palavras no fundo da alma”.
E talvez esta tenha sido sua grande virtude, o artífice de seu destino, a arte de falar extremamente bem sobre o nada, de criar um clima de comoção sobre coisa alguma, de fazer parecer que uma mentira fosse verdade não pelo seu conteúdo, mas pela maneira como era dita e, mais, pelo clima emocional criado pela força das palavras, de se fazer convencer não pelas verdades ou mentiras que dizia, mas pela maneira como dizia. Apenas com as palavras, só elas, Hitler era capaz de arrastar multidões, conduzir batalhões, conquistar o mundo, convencer qualquer um de qualquer coisa.
Conclusão: às vezes importa mais a maneira como uma coisa é dita do que se ela é verdadeira ou não.
Sua segunda virtude, segundo relatava Kubizec, era a sua impressionante, vibrante e incendiária oratória. O colega dizia que Hitler passava horas e horas na frente do espelho fazendo discursos magníficos, arrepiantes, treinando gestos, apontando com o dedo para pontos geográficos ora da Alemanha, ora da Áustria, que citava nas suas falas, parecia pegar as palavras com as mãos como se fossem um objeto mesmo e mostrava-o para uma multidão imaginária. “Era magnífico, apaixonante, perfeito, apenas com um pequeno detalhe, não tinham conteúdo algum, apenas forma, entonação, ênfases impecáveis, paradas perfeitas, tempos de respiração exatos...mas era oco.”Me encantava como dizia, não o quê dizia”, afirmara Gustl. Adolf não falava de nada, absolutamente nada. O que provocava o encantamento, a paralisia e a emoção não era o assunto do qual tratava, sempre coisas banais, mas a maneira como falava. Ele buscava palavras no fundo da alma”.
E talvez esta tenha sido sua grande virtude, o artífice de seu destino, a arte de falar extremamente bem sobre o nada, de criar um clima de comoção sobre coisa alguma, de fazer parecer que uma mentira fosse verdade não pelo seu conteúdo, mas pela maneira como era dita e, mais, pelo clima emocional criado pela força das palavras, de se fazer convencer não pelas verdades ou mentiras que dizia, mas pela maneira como dizia. Apenas com as palavras, só elas, Hitler era capaz de arrastar multidões, conduzir batalhões, conquistar o mundo, convencer qualquer um de qualquer coisa.
Conclusão: às vezes importa mais a maneira como uma coisa é dita do que se ela é verdadeira ou não.
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