Narciso acha feio o que não é espelho.
Só vendo para acreditar. Quem leu o caderno Ilustrada da Folha de São Paulo de hoje, 21/11, deve ter visto um anúncio de página dupla da Temporada 2007 da magnífica OSESP - Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, mantida, diga-se, com dinheiro público. Peças maravilhosas: Dvorak, Haydn, Strauss, Wagner, Beethoven, Stravinski, Mahler. Mas o impressionante mesmo no anúncio foram as fotos, ao todo 10. Aí o leitor pergunta "fotos da orquestra, da maravilhosa Sala São Paulo, dos músicos, dos instrumentos, dos compositores?" Eis a dura realidade: não. As 10 fotos são todas e exclusivamente do maestro John Neschling e mais ninguém, em ângulos mais ou menos iguais, apenas mudando as expressões do rosto. Só ele solitário, abandonado em duas páginas. Nenhuma concessão a um reles tambor, um arco de violino, um tripé de partitura ou num extremo do absurdo, um músico convidado.
Nada, só ele, John Neschling, reinou no anúncio, num paroxismo da autopromoção.
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