Serra dá um passo à frente.
POLITIKA deu a seguinte nota, no dia 31 de agosto passado:
Aécio em novo ninho.
Analistas políticos em Belo Horizonte andam sussurando sobre um projeto que, dizem, parece já estar pronto na cabeça do governador Aécio Neves, que tem sua reeleição garantida com quase 80% da intenção de voto em Minas: a criação de um novo partido político, logo depois das eleições. Antevendo falta de espaço no PSDB para 2010 e a erosão do Partido numa eventual derrota nas eleiçoes deste ano para a presidência da República, Aécio pensa em formar uma ampla aliança nacional que viabilize sua candidatura para presidente nas próximas eleições. Faz sentido.
Analistas políticos em Belo Horizonte andam sussurando sobre um projeto que, dizem, parece já estar pronto na cabeça do governador Aécio Neves, que tem sua reeleição garantida com quase 80% da intenção de voto em Minas: a criação de um novo partido político, logo depois das eleições. Antevendo falta de espaço no PSDB para 2010 e a erosão do Partido numa eventual derrota nas eleiçoes deste ano para a presidência da República, Aécio pensa em formar uma ampla aliança nacional que viabilize sua candidatura para presidente nas próximas eleições. Faz sentido.
Pois parece que o governador eleito de São Paulo, José Serra, antevendo o estreitamento dos espaços dentro do PSDB e o esgarçamento das alternativas ideológicas pós-eleitorais, já pensa em criar um novo partido de centro-esquerda.
A inspiração de Serra para a criação do novo partido tem um cunho muito mais político-ideológico que poderia ter a de Aécio.
Para simplesmente poder disputar as eleições de 2010 Serra está muito mais habilitado a fazê-lo dentro do PSDB que Aécio, já que o ninho tucano está plantado na paulicéia.
Para Aécio, as chances de vencer Serra uma disputa interna pela vaga do PSDB de candidato a presidente em 2010 são mínimas. Não lhe restaria outra alternativa que a de criar uma nova agremiação. Mas pelo jeito Serra não quer saber nem de disputas internas e muito menos do que sobrou do PSDB.
Serra demonstrou aguda sensibilidade política e foi na veia, aproveitando-se do rescaldo eleitoral que desenhou o seguinte cenário:
1- o PT saiu vitorioso das eleições mas em frangalhos, com denúncias vazando por todos os poros. Seu maior e melhor articulador e gladiador, José Dirceu, está neutralizado e com seus passos vigiados 24 horas por dia. A menos que Lula anteveja a dimensão de seu papel histórico de fazer o país crescer e reduzir as distancias siberianas existentes entre ricos e pobres o PT desaparece politicamente depois de 2010;
2- ao PSDB restou uma derrota vergonhosa que Alckmin lhe obrigou a engolir numa aventura megalomaníanca e sem substância. Geraldo foi a montanha que rugiu e pariu um rato.
Noves-fora os espasmos neo-fascistas vindos de figurinhas carimbadas como Arthur Virgílio e as eternas boquinhas de nojo de FHC, praticamente não sobrou nada no ninho tucano. A dinastia Jereisatti, no Ceará, foi desmontada pelo clã pit-bull dos Gomes.
Ciente deste cenário, que ele chama de "vácuo político", José Serra mais que depressa dá um passo adiante e tenta reunir no programa de um novo partido, e com enorme senso de oportunidade, as virtudes políticas que ficaram baldias e órfãs no devastado cenário político pós-eleitoral: necessidade de uma política desenvolvimentista mas com forte presença do Estado; reaproximação com as camadas pobres da população através da uma efetiva política de geração de empregos e melhoria da renda; estabilidade da economia e da moeda com juros baixos e inflação sob controle, reformas política, tributária e agrária.
Não se sabe até onde Serra tem perfil para tanto mas parece não ser à tôa que, à boca pequena, a Secretária de Estado norte-americana sempre temeu mais uma eventual vitória de Serra à presidência da República que a do próprio Lula.
Levantando as bandeiras de programas que o PT conseguiu parcialmente realizar e que os tucanos não tiveram colhão para defender, Serra vai em frente, deixando para Aécio um PSDB morto-vivo, com as nódoas de um udenismo revisitado e carregando o peso da maior derrota que a república já conheceu.
O principal adversário de Serra em 2010 é, hoje, Aécio Neves.
Mas convém a ambos não menosprezar a capacidade de Lula realizar um governo que entre para a história. As chances são grandes. E aí...aí a história é outra.
Esta é a partida de xadrez dos próximos 4 anos.
José Serra moveu a primeira peça.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial