O último dia de Bento no Brasil
O Papa Bento XVI começa hoje seu dia às 9 e 15 da manhã em Aparecida Norte e termina às 8 e 15 da noite quando embarca para Roma, depois de 5 dias de muita festa, passeios de papamóvel e da canonização de Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro. Além de toda a pregação para a galera, sorrisos e um Português perfeito o que fica mesmo é o retrato de um líder conservador, duro e austero, não apenas um Chefe de Estado, mas o lider de uma religião que está aos cacos. Não é para menos: Bento XVI herda um império em decadência, marcado por denúncias de pedofilia de seus obreiros, inoperante e distante de seu rebanho, fatia preciosa que debanda para as vertentes evangélicas, neo-pentecostais e outros bichos. Como não poderia deixar de ser, Bento reafirmou seu horror à Teologia da Libertação ( ele foi o inquisidor da expulsão de Leonardo Boff ) e garantiu os princípios fundamentalistas da prelazia que ele de fato representa: a Opus Dei. Administrador eficaz e metódico, o atual Papa recebe de João Paulo II uma Igreja sem aquilo que mais a glamurizava: seus mistérios, sua grandiosidade. Depois de participar com seu antecessor da engenharia que pôs fim à União Soviética, Bento XVI reafirma a pior face do conservadorismo cristão, passo seguinte à quebra da coluna vertebral política representada pelos países do leste europeu e coloca a Opus Dei, principal credora da Santa-Sé, no lugar sonhado e arquitetado por José Maria Escrivá de Balaguer, seu criador e também agora santo: o centro do poder no Vaticano e na Igreja. Tempos negros estão por vir.
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