Cony, o cavalheiro
Nelson Rodrigues falou muitas vezes, como ele sempre fazia obsessivamente sobre quase tudo, que quando conheceu Carlos Heitor Cony teve-lhe uma repulsa imediata e gratuita, sem motivo, sem explicação. Cony fora amigo de Mário Filho, seu irmão mais velho e ídolo. Ele conta que a repulsa durou até o momento em que descobriu seu caráter impoluto, impecável, irrepreensível, demonstrado em infinitas oportunidades e em especial na morte de Mário Filho, quando Cony, desfeito, só faltou pedir para ser enterrado junto ao irmão, como se o irmão fosse dele.
Antes de Nelson e depois de Nelson ainda haverá quem registre, pelos próximos séculos, a grandeza de Cony.
Para o episódio revelado na biografia de Paulo Coelho, O Mago, de Fernando Morais, onde o autor conta que Coelho, na juventude, plagiou um texto de Cony, não faltou quem rilhasse entre dentes " vem aí processo de Cony contra o plagiador ", " aháá, Coelho foi pego com a boca na botija. Tá liquidado, liquidado".
Para a frustração dos abutres de plantão, o caráter magnânimo de Cony, revelado há décadas por Nelson Rodrigues, mais uma vez se revelou. Cony provou que está acima da maldade reinante e só lamenta o mau gosto de Coelho em escolher exatamente ele para plagiar. Leia abaixo.
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