As ironias do "Estadão".

O Estadaõ publicou hoje, 8/10, um editorial cheio de ironias com relação à vitória de Daniel Ortega como presidente da Nicarágua. Até hoje ruminando a amargura da derrota de seu candidato Alckmin aqui no Brasil, o jornal recheia o editorial "Ortega volta ao poder" de ironias e facécias. Para começar chama Ortega de ex-ditador, lembrando que ele foi derrotado em 1990- 16 anos atrás!! por Violeta Chamorro, mas que depois disso "foi aprender com o ex-coronel golpista[sic] Hugo Chávez como armar uma eleição dem dar na vista". Mas que diabo de frase é esta que não faz qualquer sentido, nem dentro de seu contexto original? Como assim, " armar para ganhar uma eleição sem dar na vista"? O que significa isto? Não dá para saber. Não deve ser sinônimo de maracutaia eleitoral pois no início da diarréia o próprio editorialista deixa claro que as eleições na Nicarágua foram tidas como limpas pelos observadores da OEA, da União Européia e do Centro Carter.

Continuando a estrumeira, lê-se lá que Daniel deixou de ser o lider marxista arrogante e ameaçador e transformou-se no "Daniel Paz e Amor", numa grosseira porém clara alusão comparativa com o presidente Lula. Esquisita também esta comparação pois não há nada, absolutamente nada, entre ambos, história, vida, lutas, carreiras, etc, que apresente qualquer semelhança. Tudo má-fé pura, maledicência gratuita e irresponsável do jornal.

Para finalizar chama Ortega de "êmulo de Chávez" a quem agora o editorial trata por coronel e não mais ex-coronel como no início da matéria e diz que o presidente venezuelano agora é o lider do eixo Caracas-Havana-La Paz-Manágua.

Pela bestialidade do artigo, por sinal muito mal escrito, só não entendi por que o autor não incluiu o Brasil nesse eixo do mal. A toada levava a crer que seria incluido, já que tudo alí são platitudes e verborragia inútil. Outra coisa que não entendi é a quem se dirige, a que público se dirige o referido artigo. A ninguém provavelmente. Ou talvez ao chefe do setor de recursos humanos do Estadão, para poder ter, ao fim do mês, o que justificar na hora de fazer o hollerite do escriba. Só pode...