Sadam não aceita ser enforcado.
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Sadam, que se diz soldado, considera humilhante morrer enforcado, penalidade indigna para um militar e aplicável a delinqüentes comuns. Prefere ser fuzilado, como manda a tradição. Se ele goza ou não de regalias da tradição militar, não sei, mas o fato criado com a exigência é mais um problema para o já encrencado George W. Bush.
Toda a comunidade ocidental considera desumano o enforcamento e quer a conversão da pena em prisão perpétua. Para engrossar o caldo os países islâmicos já fazem protestos em todo o mundo, inclusive a Índia, não-predominantemente islâmica.
Para os EUA, o enforcamento de Sadam, mais do que a pena, é ponto de honra, pois não quer apenas se livrar do ex-presidente iraquiano, quer humilhá-lo, com tudo que isto carrega de simbolismo.
Mas como diria Garrincha, "tem que perguntar para os Holandeses se eles concordam que ganhemos a partida". Bush está batido politicamente com o resultado das últimas eleições legislativas e não está em condições de falar grosso. A guerra civil já é um fato no Iraque, mesmo que os EUA se retirem de lá. O caos impera em todo o país. A presença dos EUA não resultou no esperado, que era o domínio das reservas iraquianas de petróleo. Este é único interesse da família Bush.
Enforcar Sadam Hussein em um clima destes é o pior arranjo que Bush poderia pensar. Ceder ao seu pedido de ser fuzilado é impensável.
A única saída para que os EUA e o governo Bush saiam dessa fria é converter a pena em prisão perpétua, como um gesto de simpatia pela opinião pública mundial e uma deferência ao espírito humanitário.
Resta saber se o maluco do Bush topa isto.
Resumo: se, por um milagre, tudo der certo para Bush, ainda assim ele estará perdido.
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