Niemeyer fala de Fidel
O arquiteto Oscar Niemeyer, única pessoa citada por Fidel Castro em seu discurso de renúncia, escreveu a carta abaixo, publicada no Painel do Leitor, da Folha de São Paulo, de hoje, 20/2:
"Hoje, mal cheguei ao escritório, li, surpreso, o pronunciamento de Fidel. Um texto tão digno e correto que o transcrevo: "Meu dever elementar não é agarrar-me a cargos, muito menos obstruir a passagem a pessoas mais jovens, mas levar minhas experiências e idéias, cujo modesto valor provém da época excepcional que me coube viver. (...) Desejo somente combater como um soldado das idéias. (...) Será uma arma a mais com a qual se poderá contar. Talvez minha voz seja escutada. Serei cuidadoso. Obrigado".
E foi entusiasmado com essa declaração tão humana e verdadeira que recebi telefonema de meu neto Carlos Eduardo, fotógrafo, que há mais de um mês trabalha em Cuba num roteiro sobre a Revolução Cubana. E o assunto de Fidel voltou à baila, ele a me contar, emocionado, a tristeza imensa com que o povo cubano acompanha o afastamento de Fidel como presidente e comandante revolucionário. No seu relato, o que ele sentiu, e que não me causa surpresa, foi a confiança no futuro que os cubanos revelam diante dos fatos que estão acontecendo, certos de que o grande líder revolucionário seguirá atento aos problemas do país, ameaçado como toda a América Latina pelas forças reacionárias do império norte-americano. E isso Fidel deixa claro em seu pronunciamento, resolvido a continuar a participar das questões políticas que afetam o seu país."
OSCAR NIEMEYER, arquiteto (Rio de Janeiro, RJ)
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