Bisbilhotice explicada: Álvaro Dias admite que foi fonte da Veja
Na postagem de Politika de 24/3 intitulada "´Veja´ agora legisla e cria figura jurídica", dissemos o seguinte:
"Nesta linha o que dá a impressão mesmo é que o tal dossiê teria sido intrujado pelos próprios tucanos para, assim, forçar que gastos de Lula e a primeira-dama sejam também exibidos, já que teria havido, por isso, uma quebra de sigilo.
Para justificar esta linha de raciocínio a matéria da revista Veja passa a cobrar o troco do suposto dossiê, brandindo uma esdrúxula figura do Direito que ela chama com pompa de "simetria político-jurídica"(sic). Mas o fim da frase não deixa dúvida a propósito de quê o tal dossiê surgiu." ( para ver o post, clique aqui).
"Nesta linha o que dá a impressão mesmo é que o tal dossiê teria sido intrujado pelos próprios tucanos para, assim, forçar que gastos de Lula e a primeira-dama sejam também exibidos, já que teria havido, por isso, uma quebra de sigilo.
Para justificar esta linha de raciocínio a matéria da revista Veja passa a cobrar o troco do suposto dossiê, brandindo uma esdrúxula figura do Direito que ela chama com pompa de "simetria político-jurídica"(sic). Mas o fim da frase não deixa dúvida a propósito de quê o tal dossiê surgiu." ( para ver o post, clique aqui).
E não é que se confirmou nossa profecia?
Leiam abaixo matéria do jornalista Raphael Prado, que saiu no Portal Terra:
"Depois das pressões feitas em plenário na quarta-feira, 2, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) admite que foi uma das fontes de informação da revista Veja para a matéria que denunciou um levantamento do governo federal com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua esposa, Ruth Cardoso. A atribuição do vazamento ao senador paranaense foi informada pelo Blog do Noblat.
Em conversa com Terra Magazine, Álvaro Dias sustenta que não há nenhum ilícito em "conversar com jornalistas". E que a revista tem outras fontes, não apenas ele:
- Uma das fontes é natural que eu tenha sido (...) (Mas isso) altera a responsabilidade do governo na confecção do dossiê? É evidente que não. Isso exime o governo de responsabilidade? É óbvio que não.
Leia a entrevista do senador do PSDB:
Em conversa com Terra Magazine, Álvaro Dias sustenta que não há nenhum ilícito em "conversar com jornalistas". E que a revista tem outras fontes, não apenas ele:
- Uma das fontes é natural que eu tenha sido (...) (Mas isso) altera a responsabilidade do governo na confecção do dossiê? É evidente que não. Isso exime o governo de responsabilidade? É óbvio que não.
Leia a entrevista do senador do PSDB:
O senhor admitiu que viu as informações antes de elas serem tornadas públicas. Em que circunstâncias isso aconteceu?
Álvaro Dias - Olha, o jornalismo investigativo tem prestado um grande serviço ao País, seria muito pior a degradação das instituições, não fosse a competência e a ousadia do nosso jornalismo de investigação. E isso se dá em razão de fontes. O jornalista se utiliza de muitas fontes. Uma revista do porte da Veja, que só no escândalo do mensalão divulgou, se não me falha a memória, matérias de capa 17 vezes, não contou com apenas uma fonte. Certamente valeu-se de muitas fontes de informação. Eu tenho sido ouvido por muitos jornalistas, do Terra, de outros sites, de jornais, emissoras de TV e certamente outros parlamentares da mesma forma. Esse é o caminho para se produzir a informação.
O senhor então foi uma das fontes de informação desses jornalistas?
O senhor então foi uma das fontes de informação desses jornalistas?
Álvaro Dias: É evidente que é meu dever responder questões formuladas por jornalistas, e eu tenho feito. Obviamente, o que pretende o governo agora é tirar o foco, o governo não quer mostrar as suas contas. Mostra as do governo passado mas esconde as suas. E pretende exatamente desviar o foco do debate.
O senhor então foi fonte de informação do jornalista da Veja?
O senhor então foi fonte de informação do jornalista da Veja?
Álvaro Dias: Não a única, mas uma das?(silêncio) Qual é a importância disso? Eu pergunto. Obviamente a Veja tem fontes no Palácio do Planalto... Qual é o ilícito em conversar com jornalistas, como eu estou conversando com você? Qual é o ilícito? Enfim, é surrealista essa história. Acho que o governo subestima a inteligência das pessoas, preparando uma estratégia como essa, tentando repassar responsabilidades. Se eventualmente contribuí com informações para que a matéria pudesse ser veiculada, altera a responsabilidade do governo na confecção do dossiê? É evidente que não. Isso exime o governo de responsabilidade? É óbvio que não. Então não há porque priorizar essa discussão, que a partir de ontem à tarde, priorizaram.
Certo. E se não há ilícito nenhum, também não há problema nenhum em admitir que o senhor foi uma das fontes, certo?
Certo. E se não há ilícito nenhum, também não há problema nenhum em admitir que o senhor foi uma das fontes, certo?
Álvaro Dias: Uma das fontes é natural que eu tenha sido. Provavelmente alguma opinião minha pode ter tido alguma importância. Acho que estão superdimensionando a minha capacidade de obter informações.
Entendi. Mas o senhor obteve esse dossiê de que maneira? No Palácio do Planalto?
Entendi. Mas o senhor obteve esse dossiê de que maneira? No Palácio do Planalto?
Álvaro Dias:Eu não tenho o dossiê. Eu tenho informações sobre o dossiê. Como muitos possuem. Agora, quem mais tem informações sobre o dossiê é o presidente da República e a ministra Dilma (Rousseff, da Casa Civil). Ela mesma, em São Paulo, no dia 17 de fevereiro, declarou taxativamente: "não vamos apanhar quieto, estamos fazendo levantamento de dados do governo passado". Ela sim tem todas as informações e é a melhor fonte.
Pois bem, e agora? A Comissão de Ética vai tomar alguma providência?
E a revista Veja, que urrou seguinte: "Um Dossiê feito para chantagear- O que os aloprados de hoje não entendem é que, por uma questão de simetria político-jurídica, a divulgação dos gastos secretos do então presidente Fernando Henrique Cardoso implica necessariamente a divulgação dos gastos secretos do atual presidente, Lula," vai ficar do mesmo jeito?
Que a Veja não é órgão de imprensa confiável todo mundo já sabe, mas isto aí já passa da simples irresponsabilidade. É um caso para a polícia.
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