O futuro determina o futuro
Silvio Lemos Meira
Liderar a partir do futuro emergente. Esta é a noção de mudança e liderança de Otto Scharmer, do MIT Sloan School of Management. Parece impossível, já que bolas de cristal não dizem muito sobre os amanhãs. Mas Peter Schwartz, do Global Business Network (em Inevitable Surprises, Surpresas Inevitáveis, Ed. Campus), acha exatamente o contrário: todas as mudanças que hão de acontecer já estão ocorrendo, nós só nos surpreendemos por falta de atenção aos dados que nos cercam e às tendências lá escondidas. Coisa pra ser lida, pois Schwartz entende do assunto e, entre suas ‘previsões” recentes, estavam aviões civis atacando torres. Não só, infelizmente, acertou, mas explicou, antes, por que, pra que e como.
Uma das inevitabilidades de Schwartz é uma revolução científica exatamente agora. Não que isso seja novidade para quem trabalha com cenários, mas a explicação, para quem não trabalha, é simples e útil. A história mostra que revoluções cientificas ocorrem por causa de quatro fatores simultâneos: a emergência de anomalias científicas, como as discrepâncias e paradoxos universais que a física atual não consegue explicar; o desenvolvimento de novos instrumentos e métodos de detecção, como os que estamos começando a usar para medir performance de (fábricas de) software; novos, mais rápidos e eficazes meios de comunicação, principalmente quando comparados aos da última revolução científica; e, finalmente, uma cultura política e econômica que valoriza ciência e tecnologia e, claro, premia seus atores.
Tudo isto é conhecido e faz parte da realidade da América do Norte, da Europa e da Asia e Oceania desenvolvidas, com impacto claro e objetivo no cenário econômico e social, onde o terceiro fator é a internet e sua economia e o quarto é o pilar de sustentação da emergente economia do conhecimento nestas regiões. No resto do mundo, parte do desenho aparece aqui e ali, em partes da India (com software) e do Brasil (com aviões, entre outros).
A revolução em curso não diminuirá sua marcha para esperar os atrasados, os países onde nem a revolução industrial chegou, ainda. Sua comunicação é digital, e quem não tiver banda larga (megabit/s) não estará na rede. Na economia global das redes digitais e do conhecimento-como-valor, todas as conexões são globais e os métodos e processos, regras e leis, começam a existir quase só em software, a infra-estrutura das transações globais. A revolução do software, insumo e parte do futuro emergente, completa vinte anos e deve, nas duas próximas décadas, se consolidar.
Software, infra-estrutura do futuro, não virá em muitos sabores, pois sua complexidade e custos são tamanhos que a convergência das formas, padrões, sistemas e serviços é inevitável. Até para ser usada como resseguro contra emergências indesejáveis”, criadas por gente de fora. Tal futuro pode ser visto, hoje, emergindo dos padrões abertos, definindo linhas evolucionárias de longo prazo e criando uma grata e inevitável surpresa.
Silvio Lemos Meira
Liderar a partir do futuro emergente. Esta é a noção de mudança e liderança de Otto Scharmer, do MIT Sloan School of Management. Parece impossível, já que bolas de cristal não dizem muito sobre os amanhãs. Mas Peter Schwartz, do Global Business Network (em Inevitable Surprises, Surpresas Inevitáveis, Ed. Campus), acha exatamente o contrário: todas as mudanças que hão de acontecer já estão ocorrendo, nós só nos surpreendemos por falta de atenção aos dados que nos cercam e às tendências lá escondidas. Coisa pra ser lida, pois Schwartz entende do assunto e, entre suas ‘previsões” recentes, estavam aviões civis atacando torres. Não só, infelizmente, acertou, mas explicou, antes, por que, pra que e como.
Uma das inevitabilidades de Schwartz é uma revolução científica exatamente agora. Não que isso seja novidade para quem trabalha com cenários, mas a explicação, para quem não trabalha, é simples e útil. A história mostra que revoluções cientificas ocorrem por causa de quatro fatores simultâneos: a emergência de anomalias científicas, como as discrepâncias e paradoxos universais que a física atual não consegue explicar; o desenvolvimento de novos instrumentos e métodos de detecção, como os que estamos começando a usar para medir performance de (fábricas de) software; novos, mais rápidos e eficazes meios de comunicação, principalmente quando comparados aos da última revolução científica; e, finalmente, uma cultura política e econômica que valoriza ciência e tecnologia e, claro, premia seus atores.
Tudo isto é conhecido e faz parte da realidade da América do Norte, da Europa e da Asia e Oceania desenvolvidas, com impacto claro e objetivo no cenário econômico e social, onde o terceiro fator é a internet e sua economia e o quarto é o pilar de sustentação da emergente economia do conhecimento nestas regiões. No resto do mundo, parte do desenho aparece aqui e ali, em partes da India (com software) e do Brasil (com aviões, entre outros).
A revolução em curso não diminuirá sua marcha para esperar os atrasados, os países onde nem a revolução industrial chegou, ainda. Sua comunicação é digital, e quem não tiver banda larga (megabit/s) não estará na rede. Na economia global das redes digitais e do conhecimento-como-valor, todas as conexões são globais e os métodos e processos, regras e leis, começam a existir quase só em software, a infra-estrutura das transações globais. A revolução do software, insumo e parte do futuro emergente, completa vinte anos e deve, nas duas próximas décadas, se consolidar.
Software, infra-estrutura do futuro, não virá em muitos sabores, pois sua complexidade e custos são tamanhos que a convergência das formas, padrões, sistemas e serviços é inevitável. Até para ser usada como resseguro contra emergências indesejáveis”, criadas por gente de fora. Tal futuro pode ser visto, hoje, emergindo dos padrões abertos, definindo linhas evolucionárias de longo prazo e criando uma grata e inevitável surpresa.
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