Santa Cruz faz hoje plebiscito ilegal por secessão
A província de Santa Cruz, na Bolívia, realiza hoje um plebiscito para saber se a população apóia ou não a sua independência. O movimento separatista é alimentado por Washington e a pela CIA e visa criar uma base territorial e política de enfrentamento a Evo Morales. Trata-se evidentemente de um movimento ilegal e inconstitucional. A consulta em sí não provoca qualquer efeito legal, mas cria um clima de hostilidade favorável aos interesses norte-americanos.
DIGA-ME COM QUEM ANDAS...
Não precisava nada, além do que está na cara, que é um movimento da direita radical do país, para se saber quem está por trás da agitação: semana passada visitou a província de Santa Cruz e fez discursos pró-separatistas, o mini-mascate da CIA o venzuelano Yon Goycoechea, camisa parda ultradireitista financiado por Marcel Granier* e plantado no movimento estudantil anti-Chávez no fim do ano passado. Goycoechea, que andou fazendo manobras de agitação e alimentação da guerra soft contra Chávez, de repente aparece em Santa Cruz para movimentar-se contra Evo Morales.
CORREA NÃO ACEITA NENHUM RESULTADO DE SANTA CRUZ
Rafael Correa: não vamos reconhecer autonomia de Santa Cruz
O que está em jogo no referendo sobre a autonomia convocado para este domingo (4) por Santa Cruz, um rico departamento da Bolívia?
Para o presidente do Equador, Rafael Correa, trata-se de um claro golpe — um experimento influenciado por países estrangeiros para incentivar separatismos futuros na região e frear o socialismo.
Mas, conforme Correa alertou neste sábado (3) em seu programa semanal de rádio, vários países da América Latina não reconhecerão a eventual autonomia de Santa Cruz. Ele denunciou que essa "intenção separatista", apoiada pelas elites equatorianas e venezuelanas, é um desafio à democracia e à unidade territorial da Bolívia que responde a um projeto ideológico vindo de fora do país e contrário aos governos de esquerda.
"São intenções separatistas absolutamente ilegais. Os países da região — e eu falei com vários presidentes — não vão permitir esse tipo de ação. Não permitiremos essas tentativas separatistas que, ademais, refletem influência estrangeira", advertiu Correa, que expressou sua solidariedade ao boliviano Evo Morales.
Um dia antes do referendo, ele alertou os governos da região sobre uma ação orquestrada para desestabilizar a Bolívia com esse tipo de consulta popular. Também vinculou o referendo à disputa política que é enfrentada com o prefeito da cidade de Guayaquil, o direitista Jaime Nebot.
“O que está acontecendo na Bolívia não é uma ação isolada. Tem o apoio de países estrangeiros, que querem desestabilizar a região, e das elites separatistas de Guayaquil e Zulia, na Venezuela”, apregoou.
Como será o processo
Em Santa Cruz, estão habilitados a votar 935.527 pessoas — 100 mil a mais do que no referendo nacional sobre autonomias de 2006, no qual Santa Cruz venceu com o "sim" de 71,1% dos votantes. Na ocasião, os autonomistas venceram também em Tarija, Beni e Pando, ainda que na escala nacional tenha vencido o "não", que era estimulado pelo presidente Evo.
Segundo a Corte Departamental Eleitoral, no domingo funcionarão 5.200 pontos de votação em todo o território. Organizações camponesas anunciaram, no entanto, que impedirão o funcionamento das seções eleitorais localizadas no campo. A segurança será feita por 22 mil brigadistas, chamados formalmente de "voluntários". Teme-se que entre os convocados haja grupos armados considerados radicais, junto a 900 policiais civis.
Evo reforçou o número de policiais, mas "apenas para resguardar edifícios públicos e evitar atos de violência", pois o referendo é considerado ilegal. O governo departamental ditou a partir deste sábado a proibição do consumo de bebidas alcoólicas e porte de armas, além de atos sociais públicos.
DE ONDE VEM O GOLPE
Com 2,6 milhões de habitantes, Santa Cruz é o segundo departamento com maior população da Bolívia, depois de La Paz, que tem 100 mil habitantes a mais. A população total boliviana é de 9,6 milhões.
Apesar disso, Santa Cruz é considerada o motor econômico da Bolívia, já que nenhum outro departamento responde por tamanha participação no PIB nacional. O falso propósito do referendo é promover políticas para a administração própria de seus recursos, principalmente os agrícolas e florestais.
Mas, se levar a votação adiante, o governador de Santa Cruz, Rúben Costas, vai contrariar a Organização dos Estados Americanos (OEA, que apelou para a suspensão da medida) e a Justiça Eleitoral, que apontou a ilegalidade do referendo. O governo de Evo Morales também considera a reivindicação uma tentativa de "romper a ordem constitucional"
E o presidente boliviano não espera de braços cruzados. No mesmo dia do referendo crucenho, serão promovidas manifestações pela unidade nacional em todo o país. O governo boliviano também completou, no 1º de Maio, a nacionalização do petróleo com a compra do controle das quatro empresas privadas que extraíam hidrocarbonetos no país, aprofundando seu programa de centralização em favor da oprimida maioria indígena.
APROVAÇÃO PODE SER ÚTIL
A proposta autonomista, segundo pesquisas de opinião, teria apoio da maioria dos habitantes de Santa Cruz. Mas, para o objetivo declarado dos autonomistas — apoderar-se das receitas da soja e do petróleo para uso exclusivo dos privilegiados habitantes dos departamentos detentores dessas riquezas —, a mera declaração de autonomia parece inócua.
Para negociá-las com terceiros, os departamentos rebeldes necessitariam do reconhecimento formal de sua independência pelos países vizinhos, o que parece inconcebível. O verdadeiro propósito da tentativa pode ser criar uma situação politicamente insustentável e induzir as Forças Armadas a derrubar o governo democrático.
Rafael Correa, defensor do papel central do Estado nos diferentes níveis de gestão administrativa e política, insistiu que tentativas de autonomia devem ser recebidas com uma política de tolerância zero. A possível autonomia de Santa Cruz ser repudiada pelos governos vizinhos com a mesma veemência com que condenam o separatismo.
*Presidente da extinta rede RCTV, da Venezuela.
O que está em jogo no referendo sobre a autonomia convocado para este domingo (4) por Santa Cruz, um rico departamento da Bolívia?
Para o presidente do Equador, Rafael Correa, trata-se de um claro golpe — um experimento influenciado por países estrangeiros para incentivar separatismos futuros na região e frear o socialismo.
Mas, conforme Correa alertou neste sábado (3) em seu programa semanal de rádio, vários países da América Latina não reconhecerão a eventual autonomia de Santa Cruz. Ele denunciou que essa "intenção separatista", apoiada pelas elites equatorianas e venezuelanas, é um desafio à democracia e à unidade territorial da Bolívia que responde a um projeto ideológico vindo de fora do país e contrário aos governos de esquerda.
"São intenções separatistas absolutamente ilegais. Os países da região — e eu falei com vários presidentes — não vão permitir esse tipo de ação. Não permitiremos essas tentativas separatistas que, ademais, refletem influência estrangeira", advertiu Correa, que expressou sua solidariedade ao boliviano Evo Morales.
Um dia antes do referendo, ele alertou os governos da região sobre uma ação orquestrada para desestabilizar a Bolívia com esse tipo de consulta popular. Também vinculou o referendo à disputa política que é enfrentada com o prefeito da cidade de Guayaquil, o direitista Jaime Nebot.
“O que está acontecendo na Bolívia não é uma ação isolada. Tem o apoio de países estrangeiros, que querem desestabilizar a região, e das elites separatistas de Guayaquil e Zulia, na Venezuela”, apregoou.
Como será o processo
Em Santa Cruz, estão habilitados a votar 935.527 pessoas — 100 mil a mais do que no referendo nacional sobre autonomias de 2006, no qual Santa Cruz venceu com o "sim" de 71,1% dos votantes. Na ocasião, os autonomistas venceram também em Tarija, Beni e Pando, ainda que na escala nacional tenha vencido o "não", que era estimulado pelo presidente Evo.
Segundo a Corte Departamental Eleitoral, no domingo funcionarão 5.200 pontos de votação em todo o território. Organizações camponesas anunciaram, no entanto, que impedirão o funcionamento das seções eleitorais localizadas no campo. A segurança será feita por 22 mil brigadistas, chamados formalmente de "voluntários". Teme-se que entre os convocados haja grupos armados considerados radicais, junto a 900 policiais civis.
Evo reforçou o número de policiais, mas "apenas para resguardar edifícios públicos e evitar atos de violência", pois o referendo é considerado ilegal. O governo departamental ditou a partir deste sábado a proibição do consumo de bebidas alcoólicas e porte de armas, além de atos sociais públicos.
DE ONDE VEM O GOLPE
Com 2,6 milhões de habitantes, Santa Cruz é o segundo departamento com maior população da Bolívia, depois de La Paz, que tem 100 mil habitantes a mais. A população total boliviana é de 9,6 milhões.
Apesar disso, Santa Cruz é considerada o motor econômico da Bolívia, já que nenhum outro departamento responde por tamanha participação no PIB nacional. O falso propósito do referendo é promover políticas para a administração própria de seus recursos, principalmente os agrícolas e florestais.
Mas, se levar a votação adiante, o governador de Santa Cruz, Rúben Costas, vai contrariar a Organização dos Estados Americanos (OEA, que apelou para a suspensão da medida) e a Justiça Eleitoral, que apontou a ilegalidade do referendo. O governo de Evo Morales também considera a reivindicação uma tentativa de "romper a ordem constitucional"
E o presidente boliviano não espera de braços cruzados. No mesmo dia do referendo crucenho, serão promovidas manifestações pela unidade nacional em todo o país. O governo boliviano também completou, no 1º de Maio, a nacionalização do petróleo com a compra do controle das quatro empresas privadas que extraíam hidrocarbonetos no país, aprofundando seu programa de centralização em favor da oprimida maioria indígena.
APROVAÇÃO PODE SER ÚTIL
A proposta autonomista, segundo pesquisas de opinião, teria apoio da maioria dos habitantes de Santa Cruz. Mas, para o objetivo declarado dos autonomistas — apoderar-se das receitas da soja e do petróleo para uso exclusivo dos privilegiados habitantes dos departamentos detentores dessas riquezas —, a mera declaração de autonomia parece inócua.
Para negociá-las com terceiros, os departamentos rebeldes necessitariam do reconhecimento formal de sua independência pelos países vizinhos, o que parece inconcebível. O verdadeiro propósito da tentativa pode ser criar uma situação politicamente insustentável e induzir as Forças Armadas a derrubar o governo democrático.
Rafael Correa, defensor do papel central do Estado nos diferentes níveis de gestão administrativa e política, insistiu que tentativas de autonomia devem ser recebidas com uma política de tolerância zero. A possível autonomia de Santa Cruz ser repudiada pelos governos vizinhos com a mesma veemência com que condenam o separatismo.
*Presidente da extinta rede RCTV, da Venezuela.
1 Comentários:
FREAR O SOCIALISMO EH UM DEVER MORAL DE QUALQUER CIDADAO QUE NAO QUER VER O HORROR DO LESTE EUROPEU E NOVOS HOLOMODORS E CAMPOS DE CONCENTRACAO NO MUNDO. P.S. O NAZISMO EH NACIONAL SOCIALISMO = SOCIALISMO = A PORCARIA CRIADA POR MARX
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