NO GRITO.
A tensa semana que antecede as eleições está pondo a oposição à candidatura Lula à beira de um ataque de nervos. A profusão de e-mails vindos de todos os cantos com todo tipo de aberração está se tornando quase insuportável.
Muitos andam inspirados no episódio Aznar/Zapatero, na Espanha, pois ouviram dizer por aí que lá a internet foi capaz de virar os resultados de uma eleição em 24 horas. A única diferença, que talvez a oposição à Lula não esteja se dando conta, é que no episódio espanhol quem virou o jogo foi a esquerda, que estava sendo vítima de uma avalanche de mentiras que Aznar fez espalhar na imprensa sobre o atentado à estação de Atocha. Aznar queria complicar a vida de Zapatero e espalhou que o atentado havia sido desferido pelo grupo esquerdista ETA. Poucas horas depois a Al Qaeda assumiu a autoria e Aznar foi desmoralizado. Estava na frente e perdeu.
Aqui, o tiro pode sair pela culatra e aumentar ainda mais a distância entre Lula e Alckmin.
Mas nem tudo são espinhos. Há humor.
Nada mais curioso, embora perigoso para os menos informados, do que a escumalha do autoritarismo que se aboletou nos meios de comunicação e vê em Alckmin um jeitinho de sair ao sol.
Como se não bastasse o festival de bobagens ditas por FHC, Bornhausen e Tasso Jereissati, agora temos um timinho de segunda no jornalismo que não suporta viver a sós com a sua própria mediocridade.
Se já era duro ter que respirar o ar no mesmo planeta onde se movem seres do quilate de Arnaldo Jabor, Diogo Mainardi, Jáner Cristaldo et alii, agora temos uma outra criatura, que atende pelo nome de Reinaldo Azevedo. Leiam o que o menino anda dizendo em seu Blog:
"Bem, então temos um presidente que está prestes a se reeleger e que pode, a qualquer momento, ser colhido pelo trem da legalidade - da Constituição à Lei Eleitoral. A menos que se ignore o Estado de Direito e se transforme a urna em tribunal, condição que faria de Lula, na prática, um ditador. Teríamos um presidente da República a quem tudo seria permitido. É isso ou é a crise, já que os petistas deixam claro que não aceitarão qualquer veredicto que não seja a tal "vontade do povo". Resumindo: é crise ou crise."
"Um eventual novo mandato de Lula tem de ser marcado, desde já, pelo carimbo dos escândalos e por sua precariedade legal."
Se não fosse engraçado, o que de fato é, seria preocupante se juntarmos estes espasmos mentais de mocambeiros da ditadura, com o que andam dizendo seus tutores, a saber:
“Ele [Lula] não se comparou com Collor e com Jânio? É só questão de tempo.” (FHC)
"Se Lula for reeleito, governo acaba antes de começar." (Alckmin)
Melhor ficar de olho nessa gente. São engraçados, mas nem tanto.