18 outubro 2006
A verdade na forma.
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Sua segunda virtude, segundo relatava Kubizec, era a sua impressionante, vibrante e incendiária oratória. O colega dizia que Hitler passava horas e horas na frente do espelho fazendo discursos magníficos, arrepiantes, treinando gestos, apontando com o dedo para pontos geográficos ora da Alemanha, ora da Áustria, que citava nas suas falas, parecia pegar as palavras com as mãos como se fossem um objeto mesmo e mostrava-o para uma multidão imaginária. “Era magnífico, apaixonante, perfeito, apenas com um pequeno detalhe, não tinham conteúdo algum, apenas forma, entonação, ênfases impecáveis, paradas perfeitas, tempos de respiração exatos...mas era oco.”Me encantava como dizia, não o quê dizia”, afirmara Gustl. Adolf não falava de nada, absolutamente nada. O que provocava o encantamento, a paralisia e a emoção não era o assunto do qual tratava, sempre coisas banais, mas a maneira como falava. Ele buscava palavras no fundo da alma”.
E talvez esta tenha sido sua grande virtude, o artífice de seu destino, a arte de falar extremamente bem sobre o nada, de criar um clima de comoção sobre coisa alguma, de fazer parecer que uma mentira fosse verdade não pelo seu conteúdo, mas pela maneira como era dita e, mais, pelo clima emocional criado pela força das palavras, de se fazer convencer não pelas verdades ou mentiras que dizia, mas pela maneira como dizia. Apenas com as palavras, só elas, Hitler era capaz de arrastar multidões, conduzir batalhões, conquistar o mundo, convencer qualquer um de qualquer coisa.
Conclusão: às vezes importa mais a maneira como uma coisa é dita do que se ela é verdadeira ou não.
PPS, a agonia.
Leia o artigo do jornalista Altamiro Borges, "PPS: da perestroika ao Opus Dei", clicando aqui.
A GRAVAÇÃO DO ESCÂNDALO.
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Henrique Amorim mata a cobra e mostra o pau.
"Ouça a íntegra da gravação da conversa do delegado da Polícia Federal Edmilson Pereira Bruno com os jornalistas na hora em que ele entregou o CD com as fotos do dinheiro apreendido com petistas para a imprensa. Os jornalistas que participaram dessa conversa são: Lilian Christofoletti, da Folha de S. Paulo; Paulo Baraldi, do jornal O Estado de S. Paulo; Tatiana Farah, do jornal O Globo e André Guilherme, da rádio Jovem Pan."
Marcadores: Escândalo.