Pescoço de Renan Calheiros perto da guilhotina
O senador Renan Calheiros, presidente do Senado, já esticou a corda mais do que devia na tentativa de explicar a origem do dinheiro da pensão alimentícia que paga à filha que teve com Monica Veloso. Deu saltos mortais, andou em cabo de aço, fez todos os malabarismos possíveis. Em vão. Na verdade ele levou isso tudo longe demais.
O fato de estar enlameando uma instituição centenária da República chamada Senado na medida em que usa do cargo de presidente para se safar de encrencas e rolos que ele criou na sua vida privada só é problema para quem paga essa conta, que é o contribuinte. A situação começa a complicar não porque sua atitude seja indecorosa ou indigna, mas porque os amigos só vão defendê-lo até certo ponto. Ninguém está disposto a morrer abraçado a Renan, muito menos os senadores que começam a ver na cara-de-pau do seu presidente um risco para as próprias peles já meio encardidas de tantos escândalos.
Muita gente acha que Renan está ganhando tempo para ajeitar as coisas, limpar algumas impressões digitais antes de renunciar ao cargo de presidente. Pode ser, isso é típico do coronelismo nordestino. Mas mais típico ainda é a a certeza da impunidade, isso sim é bem característico de quem acha que manda e desmanda, faz e acontece, prende e arrebenta.
Um sujeito que ocupa um cargo da importância do de Renan, que faz o que ele fez, achando que embroma a todos o tempo todo, se acha acima da lei.
Até os aliados acham que Renan deve entregar o cargo logo, antes que essa teimosia azede ainda mais a sua própria situação e respingue essa vinhaça em todo mundo. Claro, esse aliados estão mesmo preocupados é com tais respingos.
É certo que diante da posta de carne que sobrará de Renan as coisas vão se acomodar. Ou alguém pensa que há algum senador naquela casa querendo saber como Renan conseguiu com salário líquido mensal de 9 mil e poucos reais, pagar 12 mil de pensão, comprar 3 fazendas e virar o rei do gado? Nessa cumbuca ninguém quer enfiar seu dedo podre.