Lula encerra campanha na periferia de São Paulo.

Num comício no bairro Capela do Socorro, zona sul de São Paulo, uma das regiões mais pobres e violentas da cidade, o candidato Lula encerrou as atividades públicas de sua campanha.

O presidente reuniu no palanque o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), a ex-prefeita Marta Suplicy (coordenadora de campanha no Estado), o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, o coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), entre outros.

Palavras de Lula no comício:

“Hoje nós abrimos mais uma porta para consolidar a democracia neste País e ela só estará consolidada quando estivermos voltados para os 190 milhões de brasileiros – ricos ou pobres, brancos ou negros”. "Eles nos acusam de dividir o País entre ricos e pobres (...) eu aprendi que uma mãe pode ter cinqüenta filhos, mas se um for mais necessitado, dela terá o seu maior carinho. Aquele Palácio não é para meia dúzia, é do povo deste País”.

“De um lado, temos o projeto daqueles que não querem fazer e só vender patrimônio; do nosso, o projeto não é do Lula, é de milhares de mulheres e homens deste País, para ser governado por quem conhece os problemas do povo, um irmão de caminhada, de estrada”.

Sobre o último debate, da próxima sexta-feira, Lula disse:

“Educação a gente não aprende na escola, e sim, com o pai e a mãe”, disse. “Não sei se ele vai nervoso ou não (ao próximo debate). Eu vou com tranqülidade. Eu não estou desesperado, não tenho que falar mal de ninguém”.

Tucanos fazem "mea culpa" na reta final.

Num comício realizado agora à noite no Vale do Anhagabaú, na capital paulista, Geraldo Alckmin fez seu último ato público de campanha. No palanque acompanhado de Fernando Henrique, José Serra, Tasso Jereissati, Jorge Bornhausen e Michel Temer, o candidato tucano acusou Lula de mentir sem ficar vermelho e disse que a candidatura petista é aliada das oligarquias, como José Sarney e por protagonistas da ditadura, como Delfim Neto, que "assinou o AI5, que era para cassar o Mário Covas." [sic]

Em outra frente, o senador tucano Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que "o programa do Alckmin é inferior ao do Lula. Ele insistiu em uma fórmula repetitiva, sem emoção, indignação e criatividade. Nesta reta final, eu esperava o contrário. Desse jeito fica difícil atingir o público que nós precisamos atingir".

Dias disse que Alckmin errou ao amenizar as críticas ao presidente Lula e formular programas eleitorais para o rádio e TV sem criatividade.

Apesar de oficialmente não admitir a derrota de Alckmin, Dias sinalizou que está pessimista sobre a "virada" do candidato tucano até o próximo domingo. "Faltou estratégia e comunicação competente", disse.

15 de novembro em todas as livrarias do Brasil

Aritmética na Escolinha do Professor Geraudo

Às 9:37 hs de hoje, quarta-feira, 25 de outubro de 2006, a diferença que separa Lula de Alckmin, segundo o DataFolha/TV Globo, é de 21 pontos percentuais.

Se cada ponto percentual equivale a 1,2 milhão de eleitores, 21 pontos são 25 milhões de votos.

É isso - 25 milhões de votos - o que candidato da direita precisa arrancar, até domingo, para ganhar a eleição.

Ou seja, hoje Geraldo Alckmin precisa convencer 6 milhões de pessoas a votarem nele, mais 6 milhões amanhã, outros 6 milhões no sábado e mais 6 milhões até as cinco horas da tarde de domingo.

Para ganhar apertado.

São 250 mil votos por hora, 4 mil votos por minuto ou 70 votos por segundo.

Resultado: ou Geraldo Alckmin conseguiu reverter o voto de 40 mil pessoas nos dez minutos que foram gastos para fazer esta conta, ou segunda-feira que vem ele estará novamente anestesiando internos na Santa Casa de Misericórdia de Pindamonhangaba.

PS.: Mas, como sempre, pode ser pior.

Se considerarmos que a maioria das pessoas, inclusive o candidato, passa 8 horas do dia dormindo, pode-se aumentar todos esses números aí em cerca de 30%.

PS2: O ex-blog do prefeito César Maia de hoje parece concordar com esses cálculos, a julgar pelo conselho que dá aos eleitores tucanos:

"E atenção: nada da classe média ir neste fim de semana para Guarujá, Angra, Serra, Mar, pensando que a eleição está resolvida. Pode não estar. E se Geraldo perder por uma diferença muito menor a culpa poderá ser desses."

"Lapso" no Portal do Estadão.

O Portal www.estadao.com.br publicou hoje [ontem] em página inicial:

1- DINHEIRO - PF identifica petistas do Rio que serviram de laranja (aponte ou clique)

Depreende-se daí, sem qualquer dúvida, que a Polícia federal identifica petistas que "eram" laranjas, serviram "de".

2- Você clica no link e é direcionado para:

BRASÍLIA - A Polícia Federal descobriu que um grupo de petistas se serviu de ´laranjas´ para limpar parte do dinheiro, provavelmente de origem ilícita, que usaria na compra do dossiê contra tucanos. Os dólares fazem parte do montante de R$ 1,75 milhão apreendido em poder de Gedimar Passos e Valdebran Padilha, presos num hotel em São Paulo, em 15 de setembro passado.

Internamente a notícia era outra. Grupo de petistas "se" serviu de laranjas, fez uso de laranjas.

3- Algumas horas depois, quando a primeira versão já estava divulgada, vem a segunda versão:

DINHEIRO - PF identifica petistas do Rio que usaram 'laranjas' (aponte ou clique)

Observe que os links da primeira e da segunda versões se direcionam para a mesma página.

Tudo um lamentável lapso, claro.

Capitalistas racistas da AFRICA DO SUL controlam a revista Veja.

- Altamiro Borges -

Na sua penúltima edição, a revista Veja estampou na capa a foto de uma mulher negra, título de eleitor na mão e a manchete espalhafatosa: "Ela pode decidir a eleição".

A chamada de capa ainda trazia a maldosa descrição: "Nordestina, 27 anos, educação média, R$ 450 por mês, Gilmara Cerqueira retrata o eleitor que será o fiel da balança em outubro".

O intuito evidente da capa e da reportagem interna era o de estimular o preconceito de classe contra o presidente Lula, franco favorito nas pesquisas eleitorais entre a população mais carente.

A edição não destoava de tantas outras, nas quais esta publicação da Editora Abril assume abertamente o papel de palanque da oposição de direita e destina veneno de nítido conteúdo fascistóide.

Agora, o escritor Renato Pompeu dá novos elementos que apimentam a discussão sobre a linha editorial racista desta revista. No artigo "A Abril e o apartheid", publicado na revista Caros Amigos que está nas bancas, ele informa que "o grupo de mídia sul-africano Naspers adquiriu 30% do capital acionário da Editora Abril, que detém 54% do mercado brasileiro de revistas e 58% das rendas de anúncios em revistas no país.

Para tanto, pagou 422 milhões de dólares. A notícia é de maio e foi publicada nos principais órgãos da mídia grande do Brasil. Mas não foi dada a devida atenção ao fato de a Naspers ter sido um dos esteios do regime do apartheid na África do Sul e ter prosperado com a segregação racial".

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