Após suspensão da missão Emmanuel, Chávez buscará reféns por 'outras vias'
"Seguiremos esperando, não descartamos a possibilidade de que nos cheguem as coordenadas, temos um canal de comunicação. Nossos helicópteros estão lá e estarão lá, a menos que a Colômbia retire a permissão, disse Chávez na segunda-feira (31), após o aparente fracasso da missão.
Mais cedo, Chávez leu em um programa de TV uma carta das Farc na qual os insurgentes informavam que não era possível entregar os reféns por causa das intensas operações militares na região onde a operação aconteceria. O grupo alegou que insistir na entrega, "nestas condições, seria colocar em grave risco a vida das pessoas a libertar, o restante dos prisioneiros de guerra e os guerrilheiros designados para cumprir esta missão".
As Farc aceitaram entregar a uma missão internacional coordenada pela Venezuela e sob a proteção da Cruz Vermelha Internacional a ex-candidata à vice-presidência colombiana Clara Rojas, seu filho Emmanuel, nascido em cativeiro, e a ex-congressista colombiana Consuelo González.
Para permitir a entrega dos três seqüestrados, Hugo Chávez defendeu um "cessar-fogo" unilateral. O governante venezuelano disse que estava "quase certo" de que os delegados internacionais da operação para receber os reféns cogitaram esta hipótese em reunião que tiveram nesta segunda em Villavicencio com o presidente colombiano, Álvaro Uribe.
Suspeita
O presidente colombiano afirmou nesta segunda que o governo suspeita de que Emmanuel, filho da seqüestrada ex-candidata à vice-Presidência Clara Rojas, estaria em Bogotá sob um nome falso e aos cuidados de um órgão oficial.
Chávez se irritou com a insinuação e voltou a criticar o colega colombiano de "dinamitar" o processo. Diante deste cenário, os representantes internacionais de sete países, reunidos em Villavicencio para recebir os reféns que as Farc libertariam, decidiram interromper a participação na operação.