04 maio 2008
Bolivia: direto de Telesur
Denuncian que papeletas están pre marcadas con la opción ''Sí'' en referendo cruceño
TeleSUR _ 04/05/08 -
Vecinos de Santa Cruz denunciaron que las autoridades regionales están adelantando un fraude pues las papeletas que ingresan a los centros de votación están marcadas previamente con la opción “Sí”. Miembros de la Unión Juvenil Cruceñista se enfrentaron a manifestantes locales que pretendían llegar hasta los centros de votación para impedir el ingreso de más papeletas.
Movimientos sociales del departamento boliviano de Santa Cruz (este), donde este domingo se celebra un referendo autonómico de corte separatista y que el gobierno ha calificado como ilegal, denunciaron que las autoridades locales están fraguando un fraude y mostraron cajas con papeletas pre marcadas con la opción "Sí".
Visiblemente molestos, los vecinos relataron que cuando se disponían a quemar las papeletas se dieron cuenta que ya estaban previamente marcadas con el "Sí" por lo que decidieron enseñarlo a los medios de prensa.
Jaime Choque, presidente del Comité Popular, enseñó las papeletas viciadas y señaló a Mario Parada, titular de la Corte Departamental de Santa Cruz (poder electoral), al prefecto cruceño Rubén Costas y a la cúpla empresarial, como los responsables de la trampa y pidió sanción para estas personas.
"No vamos a permitir que se consuma el fraude en Santa Cruz a favor de las logias, tenemos evidencia del fraude con papeletas marcadas, este delito debe ser sancionado y los responsables Mario Parada, Rubén Costas (gobernador) y Branco Marinkovic (empresario) deben responder ante Santa Cruz y el país este delito", afirmó el dirigente.
Los manifestantes se han concentrado a las afueras de las escuelas, que sirven como centro electoral, para impedir que ingresen más papeletas, según la Agencia Boliviana de Información (Abi).
Enfrentamientos
Precisamente cuando los opositores al referendo autonómico se dirigían a los centros educativos, miembros de Unión Juvenil Cruceñista que apoyan el estatuto autonómico inconstitucional interceptaron a los vecinos y se enfrentaron violentamente a ellos. "Estamos en contra de esos estatutos que no toman en cuenta ni a los jóvenes, ni a los campesinos, creemos que todos somos bolivianos tenemos que estar unidos para luchar en contra de esos estatutos", comentó uno de los manifestantes.
Estas personas aseguran que protestarán durante todo el día para impedir que se lleve a cabo la consulta a la que califican de! "ilegal", justamente por el contenido de sus estatutos autonómicos, que algunos sectores pretenden aprobar este domingo y que no fue avalada por las principales instituciones bolivianas como la Corte Nacional Electoral (CNE) o el Congreso de la República, por lo que el Gobierno lo ha calificado de mero sondeo y ha llamado a no participar en él.
Bolivia se levanta
Ante los intentos de las autoridades cruceñas de aprobar en referendo su estatuto autonómico, miles de bolivianos han decidido salir a las calles de varias ciudades del país andino para expresar su rechazo a este evento y en defensa de la unidad territorial nacional.
Las marchas más grandes se registran en las ciudades de El Alto y La Paz, según imagenes de las televisoras regionales. Otras regiones que han organizado proptestas similares son Oruro y Cochabamba.
Veja o vídeo aqui.
D$, a nova moeda
O que acusam Maluf de ter levado nas obras da Água Espraiada(Av. Roberto Marinho) e do túnel Ayrton Senna, outra ninharia: 40 centavos(D$0,40).
Santo de segunda divisão
Bolívia: democracia na América Latina em perigo
"SANTA CRUZ - Simpatizantes do presidente da Bolívia, Evo Morales, iniciaram na madrugada deste domingo, 4, um bloqueio em San Julian, um dos lugares de votação para o referendo autonomista que acontece no departamento oriental de Santa Cruz. O país está dividido e vive uma profunda crise política, que evidencia o embate entre o governo e a oposição. "
Leia-se por "oposição" a classe alta boliviana, centrada no Estado de Santa Cruz, o mais rico do país, onde se localizam as refinarias de gás e petróleo e onde se faz mais necessária a reforma agrária do governo Morales. A autonomia requerida pelos milionários da Bolívia visa simplesmente tomar para si a riqueza do país, preservar a propriedade centenária das terras e manter o país na pobreza em que sempre esteve.
Já a Folha de São Paulo não deixou por menos:
Santa Cruz faz hoje plebiscito ilegal por secessão
O que está em jogo no referendo sobre a autonomia convocado para este domingo (4) por Santa Cruz, um rico departamento da Bolívia?
Para o presidente do Equador, Rafael Correa, trata-se de um claro golpe — um experimento influenciado por países estrangeiros para incentivar separatismos futuros na região e frear o socialismo.
Mas, conforme Correa alertou neste sábado (3) em seu programa semanal de rádio, vários países da América Latina não reconhecerão a eventual autonomia de Santa Cruz. Ele denunciou que essa "intenção separatista", apoiada pelas elites equatorianas e venezuelanas, é um desafio à democracia e à unidade territorial da Bolívia que responde a um projeto ideológico vindo de fora do país e contrário aos governos de esquerda.
"São intenções separatistas absolutamente ilegais. Os países da região — e eu falei com vários presidentes — não vão permitir esse tipo de ação. Não permitiremos essas tentativas separatistas que, ademais, refletem influência estrangeira", advertiu Correa, que expressou sua solidariedade ao boliviano Evo Morales.
Um dia antes do referendo, ele alertou os governos da região sobre uma ação orquestrada para desestabilizar a Bolívia com esse tipo de consulta popular. Também vinculou o referendo à disputa política que é enfrentada com o prefeito da cidade de Guayaquil, o direitista Jaime Nebot.
“O que está acontecendo na Bolívia não é uma ação isolada. Tem o apoio de países estrangeiros, que querem desestabilizar a região, e das elites separatistas de Guayaquil e Zulia, na Venezuela”, apregoou.
Como será o processo
Em Santa Cruz, estão habilitados a votar 935.527 pessoas — 100 mil a mais do que no referendo nacional sobre autonomias de 2006, no qual Santa Cruz venceu com o "sim" de 71,1% dos votantes. Na ocasião, os autonomistas venceram também em Tarija, Beni e Pando, ainda que na escala nacional tenha vencido o "não", que era estimulado pelo presidente Evo.
Segundo a Corte Departamental Eleitoral, no domingo funcionarão 5.200 pontos de votação em todo o território. Organizações camponesas anunciaram, no entanto, que impedirão o funcionamento das seções eleitorais localizadas no campo. A segurança será feita por 22 mil brigadistas, chamados formalmente de "voluntários". Teme-se que entre os convocados haja grupos armados considerados radicais, junto a 900 policiais civis.
Evo reforçou o número de policiais, mas "apenas para resguardar edifícios públicos e evitar atos de violência", pois o referendo é considerado ilegal. O governo departamental ditou a partir deste sábado a proibição do consumo de bebidas alcoólicas e porte de armas, além de atos sociais públicos.
DE ONDE VEM O GOLPE
Com 2,6 milhões de habitantes, Santa Cruz é o segundo departamento com maior população da Bolívia, depois de La Paz, que tem 100 mil habitantes a mais. A população total boliviana é de 9,6 milhões.
Apesar disso, Santa Cruz é considerada o motor econômico da Bolívia, já que nenhum outro departamento responde por tamanha participação no PIB nacional. O falso propósito do referendo é promover políticas para a administração própria de seus recursos, principalmente os agrícolas e florestais.
Mas, se levar a votação adiante, o governador de Santa Cruz, Rúben Costas, vai contrariar a Organização dos Estados Americanos (OEA, que apelou para a suspensão da medida) e a Justiça Eleitoral, que apontou a ilegalidade do referendo. O governo de Evo Morales também considera a reivindicação uma tentativa de "romper a ordem constitucional"
E o presidente boliviano não espera de braços cruzados. No mesmo dia do referendo crucenho, serão promovidas manifestações pela unidade nacional em todo o país. O governo boliviano também completou, no 1º de Maio, a nacionalização do petróleo com a compra do controle das quatro empresas privadas que extraíam hidrocarbonetos no país, aprofundando seu programa de centralização em favor da oprimida maioria indígena.
APROVAÇÃO PODE SER ÚTIL
A proposta autonomista, segundo pesquisas de opinião, teria apoio da maioria dos habitantes de Santa Cruz. Mas, para o objetivo declarado dos autonomistas — apoderar-se das receitas da soja e do petróleo para uso exclusivo dos privilegiados habitantes dos departamentos detentores dessas riquezas —, a mera declaração de autonomia parece inócua.
Para negociá-las com terceiros, os departamentos rebeldes necessitariam do reconhecimento formal de sua independência pelos países vizinhos, o que parece inconcebível. O verdadeiro propósito da tentativa pode ser criar uma situação politicamente insustentável e induzir as Forças Armadas a derrubar o governo democrático.
Rafael Correa, defensor do papel central do Estado nos diferentes níveis de gestão administrativa e política, insistiu que tentativas de autonomia devem ser recebidas com uma política de tolerância zero. A possível autonomia de Santa Cruz ser repudiada pelos governos vizinhos com a mesma veemência com que condenam o separatismo.
*Presidente da extinta rede RCTV, da Venezuela.