Renan diz que absolvição é vitória da democracia; senador pode se licenciar
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) foi absolvido hoje no plenário do Senado no processo que pedia sua cassação por quebra de decoro. Ao final da votação secreta, Renan recebeu 40 votos favoráveis, 35 pela cassação e 6 abstenções. São necessários 41 votos para cassar o mandato de um senador.
Ele deixou o Senado sem falar com a imprensa e comemorou o placar da votação com seus familiares. Em nota, Renan disse que o resultado da votação reflete a "vitória da democracia".
"O resultado da votação de hoje é uma vitória da democracia, mas é também o momento de refletir sobre as perdas que esse processo político provocou", disse ele em nota.
O presidente do Senado admitiu na nota que passou por um processo desgastante durante o período em que foi alvo de uma série de acusações. "Nesses mais de 100 dias, muitos de nós perdemos algo. Eu perdi mais. Abri mão de momentos de convivência com minha família e com os amigos."
Para o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), dificilmente Renan terá condições de conduzir as sessões e as votações daqui para frente. "Será tudo mais difícil, disso não tenho dúvidas."
Licença
Já sabendo da estratégia da oposição de obstruir a pauta do Senado, interlocutores do Planalto tentam convencer Renan a se licenciar do cargo.
A Folha Online apurou que Renan já não descarta pedir licença da presidência do Senado pelo prazo máximo de 120 dias --o que colocaria automaticamente o senador Tião Viana (PT-AC) na presidência temporária do Senado.