Congresso dá sinal verde para poderes especiais de Chávez
A oposição ao governo da Venezuela começa a pagar o preço por querer brincar de fazer política de mentirinha ao invés de tratar de fazer grandes políticas para o país. Em 2005 os partidos de oposição a Chávez resolveram boicotar as eleições retirando-se do pleito, achando que com isso iriam botar a bola debaixo do braço e encerrar a pelada. O resultado da estultice foi um massacre nas urnas. Hoje os partidos que apoiam Chávez ocupam as 167 cadeiras do Congresso e com esta esmagadora maioria acabam de aprovar a "Lei Habilitante", que dará a Chávez 18 meses para tomar as decisões que quiser sem consultar o Congresso. Esse recurso equivale, na política brasileira, à Medida Provisória. Ao fim dos 18 meses a medida deixará de vigorar mas será tempo suficiente para que Chávez crie as bases do que ele está chamando de Socialismo do Século XXI.
A Lei Habilitante permitirá que Chávez legisle em dez áreas especificadas pelo texto e que, segundo antecipou na quarta-feira o presidente, afetarão "leis velhas que devem ser reformadas, lei novas que devem ser reformadas, leis que devem ser substituídas por outras, leis que devem ser inventadas, no marco da Constituição".
"O presidente quer um ano e meio e ele terá um ano e meio para que possa reorganizar as leis para se encaixarem em seu novo modelo político", disse Cilia Flores, a presidente do Congresso, em sessão televisionada. "Quem pode argumentar contra o fato de que este Congresso é revolucionário?", questionou.
O líder da oposição, Manuel Rosales, que perdeu as eleições presidenciais para Chávez, disse que pedir poderes especiais para governar, tendo o apoio absoluto do poder legislativo, é próprio de um governante que "se transformou em tirano, em um déspota que quer decidir tudo, que ordena em público aos outros poderes o que têm que fazer e que se considera o único capaz de governar a Venezuela".
"O presidente quer um ano e meio e ele terá um ano e meio para que possa reorganizar as leis para se encaixarem em seu novo modelo político", disse Cilia Flores, a presidente do Congresso, em sessão televisionada. "Quem pode argumentar contra o fato de que este Congresso é revolucionário?", questionou.
O líder da oposição, Manuel Rosales, que perdeu as eleições presidenciais para Chávez, disse que pedir poderes especiais para governar, tendo o apoio absoluto do poder legislativo, é próprio de um governante que "se transformou em tirano, em um déspota que quer decidir tudo, que ordena em público aos outros poderes o que têm que fazer e que se considera o único capaz de governar a Venezuela".
É uma pena. Rosales deveria ter pensado nisso na hora de suar a camisa e eleger deputados que também pensam como ele. Agora é tarde e suas opiniões não têm o menor poder de mudar absolutamente nada dentro das regras democráticas, às quais ele não quis de submeter.
Que espere 2013. Este é o preço para quem quer brincar de fazer política.