Venezuela: 16 milhões vão às urnas domingo.

Com uma vantagem que chega a 30% nas pesquisas de intenção de voto sobre Manuel Rosales, na Venezuela, o presidente Hugo Chávez deverá ser eleito para mais sete anos de governo.

As redes privadas de TV, patrocinadoras da campanha de Rosales, fazem de tudo para desequilibrar a balança a favor de seu candidato. Elas estão à beira de uma ataque de nervos, depois que Chávez avisou que promoverá um referendo nacional para reestudar as concessões públicas de redes de comunicação.

FRASE DO DIA:

"vou assombrar o mundo"- (Hugo Chávez, candidato à reeleição, amanhã, 3/12, na Venezuela.)

A nova américa.

O jornalista Paulo Moreira Leite pergunta em seu blog no portal do Estadão:

-Rafael, Evo, Nestor, Lula, Hugo, Daniel: que continente é este?

Eu poderia incluir aí Michele Bachelet, do Chile e Lopez Obrador, do México, meio deslocado no continente, mas certamente mais presidente que Felipe Calderón (Fecal, como dizem lá...), para depois responder: - é o mesmo, o mesmíssimo continente de Médici, de Vidella, de Pinochet, de Stroessner, de Fulgêncio Batista, de Anastácio Somoza, de Abdalá Bucaram "Él Loco", Carlos Andrés Perez, Juan María Bordaberry, Vicente Fox e de tantos mais que passaram sem que ninguém fizesse, em relação a eles, uma pergunta tão cretina como esta para o momento atual.

É um luxo só.

O governador eleito José Serra confirmou o economista João Sayad para a Cultura. Poder escolher um homem com o preparo e a experiência de Sayad para seu Secretário de Cultura é um luxo para poucos. O ex-ministro vai ocupar a cadeira que já foi de seu amigo, o jornalista e escritor Fernando Morais.

Bola branca para Serra.

Lula não ouviu Afonso Arinos

O presidente Lula foi à cúpula dos países da África e e saiu de lá sem a tão esperada vaga do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Aqui vale lembrar uma historinha e uma lição de quem sabia de muita coisa.

Em 1960, Fidel Castro propôs a Jânio Quadros, que o visitava, que promovessem uma reuniao semelhante. A lição coube ao senador Afonso Arinos, que estava na comitiva: - Os paises da África representam, numericamente, uma forca maior que nós americanos e com interesses muito diversos dos nossos. Caso esta cúpula se encaminhe para votações cujos interesses não sejam exatamente os nossos, eles formarão maioria, ficaremos expostos e seremos forçados a segui-los, perdendo o controle dos destinos da cúpula e obrigados a aceitar conclusões que não nos sejam favoráveis.

Fidel ficou calado e nunca mais se falou nisso.

Se eleito, Chávez promete referendo contra TVs privadas

Quem não conhece as TVs privadas da Venezuela não tem idéia do tamanho do facciosismo, do sectarismo delas. As redes brasileiras, perto delas, são uma espécie de Castelo Rá-Tim-Bum ou de Branca de Neve.

Elas são dominadas pela pior espécie de gente. A melhor maneira de conhecê-las é assistindo a um documentário realizado por uma equipe de jornalistas irlandeses chamado "La Revolucíón no será televisionada". Eles estavam no país para fazer um documentário despretensioso, quando estourou o golpe contra Chávez, de 2002. As imagens são impressionantes.

Eu já postei um pequeno treiler dele aqui (clique) no blog. Mas é pouco para se conhecer realmente a capacidade que elas têm de falsear os fatos, de enganar o povo e de se aliar ao que há de pior e mais rasteiro na sociedade venezuelana, uma gang ali instalada que se auto-intitula "direita"ou "conservadores", mas o que são é uma quadrilha de assaltantes e assassinos de colarinho branco da pior espécie. É preciso ver o documentário inteiro, de uns 60 minutos, por aí, para entender o que estou falando. Quem puder ver, veja e não se arrependerá. As redes privadas de televisão na Venezuela são a Globovision, Venevision, RCTV e Televen.

DEU NO PORTAL DO ESTADÃO:
Os comentários vieram num momento em que crescem as tensões entre o governo e as emissoras, amplamente alinhadas com o candidato da oposição, Manuel Rosales

CARACAS - Em comentários feitos na noite de quinta-feira, o presidente venezuelano, Hugo Chavez, disse que, caso seja reeleito nas eleições do próximo domingo, poderá apoiar a realização de um referendo com o objetivo de fechar redes de TV privadas acusadas de atividades subversivas.
Os comentários vieram num momento em que crescem as tensões entre o governo e as redes de TV privadas, amplamente alinhadas com o candidato da oposição, Manuel Rosales.
Chávez fez a declaração depois de ser perguntado se consideraria perguntar à nação sobre a possibilidade de proibir a renovação das licenças de transmissão de determinados canais.
"É perfeitamente possível que o país dê sua opinião, inclusive em relação ao tempo" de duração dos contratos, disse Chávez.

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