"A Nova História Crítica" e a chuva da Folha, que só chove na frente.
Acho que às vezes eu me surpreendo com o que leio porque sou mesmo um idiota, como o Eremildo. Leio a Folha de São Paulo todo dia de manhã. Por alguma razão sempre espero encontrar lá o que eu poderia estar lendo no Granma, no Le Monde Diplomatique ou na melhor das hipóteses no Luta Operária. Ou seja: uma leitura que tenha minimamente algum interesse popular defendido.
Mas o limite de minha idiotice chegou hoje às raias do paroxismo.
O editorial "Lata de Lixo da História" desce o cacete no livro didático "Nova História Crítica", para alunos da oitava série, adotado pelo PNLD para as escolas públicos.
Citando o jornalista Ali Kamel, de O Globo, como se falasse de um Benjamin Disraeli, o editorial diz literalmente o seguinte:
"Em lugar de ensinar história, o livro se consagra à canhestra tentativa de doutrinar crianças com uma enxurrada de marxismo vulgar."
"A coleção de disparates vai de uma condenação ao capitalismo por objetivar lucro a um elogio da Revolução Cultural chinesa. À vulgaridade pensativa, o livro agrega falsidade histórica, omitindo os assassinatos -eles sim incontáveis- cometidos em nome da dita revolução."
Será que algum dia abriremos uma Folha de São Paulo para ler alguma palavra sobre os milhões de mortos, diários, contundentes, atirados na nossa cara e que o capitalismo produz sistematicamente, na África, no nordeste, em Guaianazes.
Ou sobre o mundo de fantasias que os livros didáticos há séculos inoculam nas cabeças de nossos estudantes?
Não. Acho que não.