Navalha chega na garganta do TCU. Em boa hora.
A Operação Navalha continua mostrando as veias abertas da política brasileira. A Veja que está nas bancas nesta sexta feira, 25, abre mais uma ferida que vai sangrar por um bom tempo. Não bastasse a denúncia feita pela revista sobre as operações mãos-sujas entre o presidente do Senado Renan Calheiros, a Gautama e agora a Mendes Jr. (vide nota abaixo), a reportagem revela também relações estreitas entre o Ministro do Tribunal de Contas da União, o TCU, o alagoano Guilherme Palmeira, e a Construtora Gautama, num processo da prefeitura de Porto Velho do qual foi relator.
Apertar o corda em torno do TCU seria realmente muito bem vindo, não necessariamente por conta de eventuais maracutaias que poderiam lá ocorrer, mas para discutir de uma vez por todas a razão de sua existência. Tanto o TCU como os demais tribunais de contas dos estados e de alguns municípios, como São Paulo, não servem para absolutamente nada além de tomar conta do galinheiro na condição de raposa. São verdadeiros câncros a consumir uma montanha de dinheiro para examinar as contas públicas de quem nomeia seus membros.
Tem nome e pose de tribunal, mas não é tribunal de nada. É um órgão eminentemente técnico mas ocupado por políticos apadrinhados por quem quer ter suas contas aprovadas.
Guilherme Palmeira é um caso típico. Ganhou o prêmio de consolação de ministro do TCU quando foi preterido na vaga de vice de FHC.
Evidentemente que as contas públicas precisam ser auditadas. Mas não por ocupantes nomeados por aqueles que terão suas contas examinadas,e sim por técnicos concursados ou por alguma empresa de auditoria privada.